O gestor de futebol do Londrina, Sergio Malucelli, disse que não descarta continuar no clube até o final de 2020. Em entrevista coletiva no CT da SM Sports, na manhã desta terça-feira (3), ele explicou alguns pontos do contrato e afirmou que a definição sobre sua permanência sai em uma reunião com dirigentes nesta quarta-feira (4).
"Vai depender muito da parte financeira, porque estamos vivendo um período muito difícil. Não temos patrocínio nenhum, até mesmo pela indefinição entre jogar Série B ou Série C, ou pela permanência da SM”, disse o gestor.
Malucelli afirmou que, em 2020, a única entrada de dinheiro foi o pagamento de R$ 110 mil da plataforma de streaming DAZN pelos direitos de transmissão do Campeonato Paranaense.
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"Isso não paga nem quinze dias do restaurante. Eu tinha combinado uma coisa com o Felipe [Prochet, presidente do Londrina] em dezembro. Não foi cumprido tudo que nós combinamos e espero que possamos esclarecer amanhã (quarta-feira, 4)”, diz o dirigente.
Quanto à situação dos atletas, Malucelli criticou dirigentes do clube que, segundo ele, "nem chegaram a ler o contrato.”
"Falam muita besteira, coisas que não estão no contrato. Como exemplo, eu escutei que a SM é obrigada a deixar os jogadores por seis meses. Não existe isso. No contrato está bem claro, eu posso retirar os jogadores do Londrina a hora que quiser.”
Entretanto, Malucelli disse que pretende deixar o time montado até o fim da temporada, mesmo que saia do clube antes disso.
"Eu deixei claro, no final do ano passado, que deixaria o time montado até o final de 2020. Mas queria esclarecer que não existe isso no contrato. O que existe é que, depois da nossa saída, o Londrina tem direito a qualquer venda que nós façamos por mais seis meses."
Segundo o gestor, o Londrina tem direito a 9% do valor do contrato caso algum atleta seja negociado e não há possibilidade de alteração dessa regra durante a reunião.
Riscos para o clube
Um dos desafios que o Londrina deve enfrentar ao término do acordo com a SM Sports é a definição de um novo local para os treinamentos. Entretanto, Malucelli afirma que o clube ainda não se preparou para isso.
"O Londrina deveria ter se preparado há muito mais tempo. Todo mundo sabia que ia terminar esse ano e eu poderia renovar ou não. Infelizmente, não estão. Eu acho que, se nós sairmos daqui, as dificuldades vão ser muito grandes”, afirma.
O gestor revelou que já foi procurado por alguns atletas. "Já disseram que não querem permanecer se nós sairmos. É uma comodidade muito grande estar em um centro de treinamento como o nosso. Aí o jogador vai sair para morar onde? A refeição vai ser feita onde? Muda completamente o cenário e alguns jogadores não querem permanecer”, diz.
Outro risco para o Tubarão é a sustentabilidade financeira. De acordo com Malucelli, o clube deve arcar com todas as despesas relacionadas aos atletas quando o contrato com a SM for encerrado.
"Os jogadores tem contrato com o Londrina. O Londrina é quem tem contrato com a SM Sports, onde os jogadores pertencem à SM Sports. A partir do momento em que eu rescindir esse contrato com eles, os jogadores ficariam, mas o encargo financeiro seria do Londrina.”
Ida à Europa
Malucelli viajou recentemente para a Europa. Conforme o gestor, ainda há chance de alguma parceria com clubes de lá e esse é um dos motivos para que ele repense sua saída.
"Existe essa possibilidade e nossa saída atrapalharia muito. Vender o CT com o Londrina é uma coisa, sem o Londrina é outra. Eu sei que tem um peso muito grande para os dois lados.”
"Estamos com umas três frentes em que alguma coisa pode acontecer ainda esse ano. Nossa ideia é que aconteça antes de começar o Brasileiro. Esse também é um dos motivos para eu voltar a sentar e conversar sobre a permanência”, completou Malucelli.
*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.