É uma tarde chuvosa de domingo em Londrina. No Estádio do Café, Portuguesa Londrinense e ACP (Atlético Clube Paranavaí) entram em campo pela Terceira Divisão do Campeonato Paranaense. Nas arquibancadas, aos poucos os torcedores que decidiram encarar o tempo instável começam a aparecer.
Um dos primeiros foi o estudante Gabriel Moreno, 17. De olho no gramado castigado pela chuva, ele espera ver seu amigo Pedro ter uma oportunidade na partida.
"Eu comecei a acompanhar a Lusinha porque o meu amigo treina lá. Hoje foi o primeiro jogo em que ele foi relacionado, e eu vim prestigiar”, afirma o estudante, que diz torcer para a Portuguesa. “É o futebol raiz, que muitos não veem. A Terceira Divisão do Paranaense é o que muitos não veem. Muitos só assistem a Champions [League], Primeira Divisão, jogadores com dinheiro, com empresário. E aqui é a realidade de muitos moleques do futebol.”
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Enquanto os times entram em campo, o autônomo Genésio Aparecido da Silva, 60, olha atento para o gramado. Ele se descreve como apoiador do atleta Mateus Oliveira, que começou a partida na reserva. “Com 13 anos eu vi que ele tinha talento. É meu vizinho de frente, vi esse menino crescer. E então comecei a me interessar pelo futebol”, afirma.
Para ele, a Terceirona - e consequentemente a Portuguesa - é uma boa vitrine para esses jogadores. “É onde está o futebol raiz”.
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