Wenceslau Braz, município de quase 20 mil habitantes no Norte Pioneiro, na divisa com os Campos Gerais, nunca teve um time profissional de futebol. Mas o estádio Getúlio Vargas já viveu seus dias de glória. O campo do Ferroviário, como é mais conhecido, ganhou o nome em função do Ferroviário Esporte Clube, criado em 1934, um ano antes da própria fundação do município. E coube aos trabalhadores da linha férrea o título de primeiros heróis da nova cidade, tanto na colonização como nas alegrias dentro das quatro linhas.
O Ferroviário de Wenceslau Braz disputava torneios regionais contra times de Ibaiti, Jaguariaíva e até amistosos com um certo time irmão, o Operário Ferroviário de Ponta Grossa, atual campeão paranaense. Em seu livro “Quando o Futebol Andava de Trem”, o publicitário Ernani Buchmann resgata a história de vários times ferroviários pelo país. Na obra, ele cita um confronto em 1961 entre os dois ferroviários em que o “primo pobre” de Wenceslau Braz teria aplicado uma goleada, em casa, de 11 a 1 contra o Fantasma. Na hora de transmitir o telegrama para os Campos Gerais, o placar teria ficado em 3 a 2.
As lembranças ainda permanecem vivas com os moradores da cidade mais de 30 anos após a extinção do time. Na tentativa de manter vivo esse importante legado esportivo e cultural, um grupo de amigos de Wenceslau Braz, entusiastas do futebol, apostou em recriar as camisas do Ferroviário local. A camisa, tanto a primeira, branca; como a segunda, listradas em preto, branco e vermelho, fazem sucesso entre o grupo de amigos, que agora abriu encomendas.
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Valdir Jose Ribeiro, que administra a comunidade no Facebook Legitimidade Brazense, conta que após a sugestão do amigo Laercio Fonseca, resolveu resgatar as camisas. Os amigos homenageiam os ex-jogadores e ferroviários ainda vivos, e também os familiares, dando camisas personalizadas com os nomes nas costas.
“É uma forma de manter uma parte grandiosa da história do município viva e valorizar aqueles que fizeram história. Os ferroviários foram os grandes responsáveis pelos primeiros anos de desenvolvimento da cidade”, exaltou. “Infelizmente o time não existe mais, o clube onde ocorriam as festas e eventos também fechou, mas sempre que podemos, nós nos reunimos para lembrar as coisas boas que vivemos”.

