Agora na seleção brasileira, vivendo o ponto máximo da carreira até aqui, Endrick reconhece que 2023 não foi um ano fácil. Até chegar julho, quando fez 17 anos, ele tinha perdido espaço no Palmeiras e reconheceu que jogava "com ódio no coração". Mas a cabeça do prodígio, que vive a expectativa do jogo contra a Argentina, está diferente.
"Pra mim foi um começo de ano muito difícil, tinha 16 anos, era um garoto que gostava de ver as coisas, o povo falando de mim, tinha uma expectativa muito maior por causa da venda para o Real Madrid, gostava de ver e só via as pessoas me criticando e só queria rebater ela, fazer um bom jogo para provar que não era aquilo. Isso me deixou mal. Quando fiz 17, mudei a cabeça, joguei para mim, para minha família, para estar bem comigo e não jogar com ódio no coração como estava jogando, querendo mostrar o contrário. Foi isso", disse Endrick, na primeira entrevista coletiva desde que foi convocado à seleção.
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A mudança. "Simplesmente estou feliz, bem comigo mesmo, não ligo mais para críticas, não ligo mais para nada. Quem me criticar eu vou ficar bem tranquilo, fazer meu jogo dentro de campo. O que mais importa para mim é a minha felicidade, a felicidade da minha família e quem está do meu lado. Sei quem são as verdadeiras pessoas que torcem por mim".
Por que o ódio? "Eu tinha 16 anos e eu pensava em tudo na mídia, via as pessoas falando e jogava com raiva, querendo mostrar para as pessoas que eu não era aquilo, que eu era outra pessoa e isso pra mim naquele tempo me destruiu um pouco".
Ajuda no Palmeiras. "Um cara que me ajudou bastante foi o Murilo, sempre esteve do meu lado, me ajudou bastante no Palmeiras. Depois, quando completei 17, eu falei que iria só ser feliz e é isso que estou sendo. Estou feliz, alegre, só quero ver o bem da minha família e alegria no rosto deles".
OUTRAS RESPOSTAS DE ENDRICK
Brasil x Argentina
"Muito feliz, só desfrutar desse momento fantástico para minha vida e para todos que estão ao meu lado. Viver dia a dia. Vamos ver. O sonho que tenho desde criança. Espero poder contribuir e ajudar nossa seleção. Apoio da torcida vai ser maravilhoso e muito importante na busca da nossa vitória".
Titular da seleção quando? Projeção de evolução na seleção
"Como eu sempre falei, vou desfrutar do meu momento, de tudo o que for preciso e ser feliz. Para mim, não importa estar jogando, número de camisa. E sim se meu time vai estar bem, se está ganhando. Vou fazer o que for preciso para conquistar a vitória. Se for para entrar depois? É como o Abel fala e isso vai ficar marcado no meu coração. Não é o que eu quero. E, sim, o que o meu time precisa".
Maior felicidade
"Tudo na minha vida foi difícil e eu consegui superar. Creio que tudo é possível. Desde que era pequeno eu fazia coisas que eu ficava assustado comigo mesmo, passei por coisas que foram difíceis. A maior dificuldade era quando eu estava em Brasília com a minha família e pude transformar a vida deles. Atualmente minha maior felicidade é estar feliz comigo mesmo. A melhor coisas do ser humano é estar feliz consigo mesmo. Não estou fingindo sorriso, estou muito bem e a maior felicidade é isso e não deixar nada me abalar".
Experiência contra Argentina na base
"Vim aqui na Granja algumas vezes, treinei aqui e senti o ambiente. Quando cheguei no início do torneio era uma expectativa minha chegar na final porque o Brasil não ganhava há muito tempo, tinha um gostinho de saber que iria encontrar a Argentina. Quando soube, só queria ajudar minha equipe e pude fazer o gol e sofrer o pênalti. Foi um gostinho muito bom vencer a Argentina e ser campeão em cima deles. Espero que nossa seleção, a rapaziada de 2006, possa fazer um excelente campeonato e ser campeão lá".
Preparo para evitar assédios
"Eu fico muito feliz por tudo que acontece na minha vida. Como eu sou um garoto que gosto sempre de estar feliz, puxar um pouco da responsabilidade desde a base, chamar o time, ajudar meus companheiros, Tenho espírito de liderança. Gosto disso, de chamar companheiros para perto. Sobre Madri, não estou ligando agora, vivo um dia de cada vez, estou no Palmeiras e na seleção. O futuro a Deus pertence e eu vivo um dia de cada vez".
Diniz
"Sou menino muito precoce como todos falam e isso aconteceu rapidamente na minha vida. Meu sonho era jogador na seleção, mas achava que isso aconteceria mais para frente. Diniz é um excelente treinador, um cara que estou tendo a felicidade de trabalhar. Estava com um pouco de receio de treinar, fazer as coisas, e ele me chamou, pediu para ser feliz, driblar, ir para frente, se perder a bola correr para trás. Isso tirou um peso das minhas costas porque eu achava que tinha que chegar um pouco tranquilo, leve, sem querer fazer muitas coisas, depois que ele falou aquilo fiquei mais tranquilo. Espero que ele possa dar muito orgulho pra nossa seleção".
Timidez
"Que nada. Estou bem tranquilo, de boa. Não tem como escapar das coisas que acontecem, pessoal fala que o protagonista tem que ser eu, protagonista tem que ser o time, aqueles que estão jogando. Não importa eu fazer o gol e o time tomar mil. Ninguém vai ganhar sozinho, ninguém é melhor o outro, vamos ganhar em equipe. Estar trabalhando com pessoas maravilhosas é muito bom pra mim. Pra mim, quem tem que estar bem é o time e o protagonismo vai ser da equipe toda".
Família chorando
"Ouvir que meu pai chorou pra mim é normal, é um cara que sempre está chorando, não sei por que, é emotivo. O que importa é a felicidade da minha família e a minha. Ele gosta de ouvir as pessoas falando, ele vem me falar e vejo que ele fica um pouco? Pra mim, o que importante é ver a felicidade. Ver ele chorando de alegria e emoção, enche meu coração de felicidade. Saber que ele tentou, conseguiu por um momento, mas depois ficou pra trás. Meu avô também que já está nos braços de Deus. Estar fazendo isso aqui é uma coisa fenomenal pra mim e espero que meu irmão não siga esses passos".