A DIS Esporte entrou com uma ação contra o São Paulo na Justiça por causa da venda dos direitos econômicos de Paulo Henrique Ganso ao Sevilla em 2016. A empresa de gerenciamento de atletas cobra do time do Morumbi uma parcela atrasada no valor de 500 mil euros (R$ 3 milhões na cotação atual).
Na ação, a DIS apresenta o contrato que previa três pagamentos parcelados após a negociação: 2,5 milhões de euros em agosto de 2016, 1,5 milhão de euros em agosto de 2017 e 500 mil euros em janeiro de 2018. Essa última é a razão da cobrança.
Procurado pela reportagem do UOL Esporte, o São Paulo afirmou não ter sido notificado da ação e, por isso, não iria se manifestar.
A DIS tinha 68% dos direitos econômicos de Paulo Henrique Ganso. No acordo de 9,45 milhões de euros, o grupo teve direito a 4,5 milhões de euros, além de outros 20% de uma venda futura.
A dívida com a empresa de gerenciamento de atletas consta nos balanços do São Paulo desde 2018. No mais recente, o de 2020, o clube afirma dever a quantia de R$ 2,42 milhões à DIS pela negociação envolvendo Ganso.
A DIS faz dois pedidos na ação. O primeiro é para o São Paulo mostrar à Justiça os contratos de câmbio firmados com a empresa de gerenciamento para o recebimento da parcela devida. Também é pedido que o clube apresente os documentos referentes às cobranças que teriam sido feitas ao Sevilla pelo montante que o clube ainda teria a receber do time espanhol.
Em entrevista a Ricardo Perrone, colunista do UOL Esporte, em 2019, Elias Barquete Albarello, então diretor-executivo financeiro do São Paulo, afirmou que as dívidas da transação de Ganso ainda não haviam sido pagas por causa de uma discussão com o governo espanhol sobre quanto precisaria desembolsar em impostos para receber a quantia vinda do Sevilla.
As demonstrações financeiras do clube em 2018 mostravam, de fato, que o São Paulo ainda tinha R$ 8.821.000 a receber do Sevilla. O valor, no entanto, não consta no balanço mais recente, publicado em 2020.