O Corinthians foi surpreendido com a ausência da Esportes da Sorte, principal patrocinadora do clube, na lista do governo com bets aptas a operar no Brasil. O problema envolvendo casas de aposta, no entanto, não é novidade no clube.
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O alvinegro acumulou problemas com suas quatro parcerias envolvendo bets: a Galera.bet, a Pixbet, a VaideBet e, agora, a Esportes da Sorte.
A Galera.bet foi a primeira a fechar acordo com o clube, ainda em 2020. A empresa ocupou sua logomarca na omoplata dos uniformes.
A casa ofereceu R$ 40 milhões de patrocínio ao Corinthians por um período de cinco anos, cerca de R$ 8 milhões por temporada.
A parceria, no entanto, foi paralisada em 2021. O motivo? O site não chegou a operar. José Colagrossi Neto, na época superintendente de marketing, comunicação e inovação do clube, explicou o imbróglio em entrevista coletiva.
Fizemos um acordo no ano passado e houve atraso no lançamento do site. Por uma razão: eles conseguiram fechar um acordo para ter a maior plataforma de 'betting' do mundo, optaram por atrasar o lançamento para ter uma plataforma mais robusta, melhor e mais eficiente. Por isso, ficou esse atraso. Eles estavam no uniforme, mas sem um site, e os torcedores não podiam jogar, o que gerou um estresse, pois não tinha o serviço oferecido. Engajamos numa conversa e falamos: por que vocês não saem do uniforme por dois ou três meses e voltam com o nome que a torcida votou, com o serviço funcionando para a gente fazer as ativações? E eles toparam José Colagrossi Neto
O Galera.bet voltou a estampar sua marca nas camisas pouco tempo depois, mas a parceria foi encerrada no fim de 2022 -o basquete alvinegro ainda foi contemplado até ano passado.
A Pixbet apareceu no Corinthians no início da temporada passada em um contrato de, no mínimo, três anos. O site chegou a divulgar a parceria até em um telão da Times Square, em Nova York.
A parceria foi ampliada no meio de 2023, e a logomarca da empresa chegou a ficar na omoplata e nas costas dos uniformes alvinegros - o futebol feminino também entrou na parceria.
Clube e casa de aposta romperam porque o Corinthians fechou com a VaideBet em janeiro (com a chegada da nova diretoria) e feriu uma cláusula de exclusividade, retirando a Pixbet de seus materiais. O caso está na Justiça e, nesta semana, o alvinegro teve contas bloqueadas por descumprimento de um acordo judicial -o site tem R$ 40 milhões a receber.
O namoro com a VaideBet, que virou patrocinadora master, durou seis meses e acabou na polícia por um episódio envolvendo esquema de "laranja". A investigação partiu de um repasse de pouco mais de R$ 1 milhão que o intermediário do negócio, a empresa Rede Social Midia Design, fez para uma empresa fantasma (Neoway Soluções Integradas).
O escândalo gerou rescisão e novo acerto, desta vez com a Esportes da Sorte, em julho.A bet ganhou espaço principal do uniforme em um contrato de R$ 309 milhões e foi a responsável pelo clube contratar (e bancar) o atacante Memphis Depay.
A atual patrocinadora não está na lista do governo com as bets que podem operar no país, assim como a Galera.bet e a VaideBet -a Pixbet, que agora briga na Justiça com o Corinthians, é uma das 193 empresas que estão aptas.
A Esportes da Sorte deve sair do ar até 11 de outubro se o governo não atualizar a lista, que foi divulgada pelo Ministério da Fazenda.
O UOL apurou que a Esportes da Sorte acredita em um erro formal e está procurando a Secretaria de Prêmios e Apostas para retificação, pois alega ter cumprido todas as exigências da portaria do ministério. Por isso, espera constar na lista definitiva de empresas autorizadas o mais breve possível.