O Corinthians não foi brilhante, mas fez o suficiente para se reconectar com o torcedor na vitória por 2 a 0 sobre o São Bernardo, no "raiz" 1º de Maio. O resultado levou o time do Parque São Jorge para a terceira fase da Copa do Brasil.
POUCOS SUSTOS
O Corinthians se sentiu em casa dentro e fora de campo no 1º de Maio. O São Bernardo cedeu a maior parte dos 11.903 ingressos para a torcida do time alvinegro, que dominou dois dos três setores do estádio e viu o time se impor.
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A equipe do técnico António Oliveira precisava dar uma resposta à torcida após a eliminação ainda na primeira fase do Campeonato Paulista. E o Corinthians precisou de pouco tempo para corresponder. Os visitantes abriram o placar logo aos 5 minutos, em pênalti sofrido por Raniele e convertido por Yuri Alberto.
Aos 26, Pedro Raul ampliou. O que parecia calmaria, porém, virou apreensão quando Rodrigo Garro foi expulso no fim do primeiro tempo. Na etapa final, Helder também levou o vermelho e o Corinthians até sofreu um pouco, mas viu boas defesas de Cássio para avançar com certa facilidade.
TORCIDA ABRAÇA
Não se ouviu gritos de apoio ao São Bernardo no 1º de Maio. A Fiel dominou o volume de estádio e passou a vibração para o campo. O Corinthians não brilhou tecnicamente, mas foi intenso, sem deixar o Bernô respirar.
Os atletas comemoraram cada dividida ganha e se apoiaram nos erros. Quando as reclamações sobre o árbitro Bráulio da Silva Machado cresciam, os jogadores pediam calma uns aos outros. Em um dos momentos, Gustavo Henrique gritou: "O negócio é jogar bola".
Na beira do campo, António Oliveira mostrou mais destempero e foi expulso. O técnico português, apesar do vermelho, teve o nome gritado antes e depois do jogo.
O capitão Cássio demonstrou calma durante quase todo o jogo e só perdeu um pouco da paciência quando a partida foi paralisada por causa de sinalizadores. Torcedores acenderam e jogaram o instrumento no campo como protesto pelo preço dos ingressos praticado pelo São Bernardo para os visitantes: R$ 100.
Cássio se dirigiu aos profissionais que trabalhavam atrás do gol e disse: "Pô, para que isso? Não entendi nada". Antes, ele brincou com um gandula que reclamou da cera: "Quer que eu cobre rápido? Calma. Estamos ganhando". Já no fim da partida, ele levantou a torcida ao dominar uma tentativa de gol do meio-campo com o peito.
ESTÁDIO RAIZ
A reportagem se surpreendeu com o acesso ao 1º de Maio. Na chegada do portão onde a imprensa entra, um porteiro não perguntou nome e nem identificação. "Jornalista? Pode entrar".
A sala de imprensa do estádio ficou abarrotada para a entrevista do técnico António Oliveira e não foi possível fazer a zona mista, onde os jogadores passam pelos microfones para entrevistas antes de sair do estádio.
Com um único acesso aos camarotes, as diretorias e comissões técnicas se cruzaram o tempo todo e mostraram boa relação. O presidente Augusto Melo cogitou o técnico Márcio Zanardi e o executivo de futebol Lucas Andrino para o Corinthians anteriormente.
O Corinthians fez do 1º de Maio a sua casa. E agora terá tempo para se preparar para a estreia do Campeonato Brasileiro contra o Atlético-MG, no dia 14 de abril. A vitória contra o São Bernardo mostrou que o Timão está no caminho certo.
