O Corinthians mais uma vez tratou de se aproximar de seus torcedores em um momento decisivo. A expectativa agora é que a Fiel embale o time para o título da Copa do Brasil. Depois de perder o jogo de ida para o Cruzeiro por 1 a 0, a equipe do técnico Jair Ventura contará com cerca de 44 mil fiéis nesta quarta-feira, às 21h45, na Arena Corinthians, em São Paulo, para tentar dar o troco e erguer a taça da competição pela quarta vez em sua história.
Na atual temporada essa parceria tem funcionado. Às vésperas da decisão do Campeonato Paulista, depois de perder o jogo de ida em casa para o Palmeiras por 1 a 0, a diretoria organizou o primeiro treino aberto do ano e a equipe deu a volta por cima. Devolveu a vitória e garantiu a taça nos pênaltis, em pleno estádio Allianz Parque.
Na semifinal da Copa do Brasil, o Corinthians empatou o primeiro jogo contra o Flamengo, no Rio de Janeiro, sem dar um chute ao gol. Chamou a torcida para um novo treino na sua arena e funcionou. O time derrotou o adversário por 2 a 1 e avançou à decisão.
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Agora a intenção é que a história se repita. O Corinthians fez um péssimo jogo no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, o ataque mais uma vez foi ineficiente e a Fiel compareceu nesta terça-feira à arena para tentar dar um novo empurrão. A assessoria de imprensa do clube informou que os 38 mil ingressos colocados à disposição foram trocados por uma lata de leite em pó. De fato, na última segunda, as filas se perdiam de vista nos arredores do estádio. Antes de começar o treino também dava a impressão que o trabalho derradeiro antes da decisão contra o Cruzeiro seria de casa cheia. Não foi.
Havia muitos espaços vazios em todos os setores do estádio e a empolgação não parecia a mesma da véspera da semifinal contra o Flamengo. Os milhares que estiveram presentes tentaram fazer o seu papel e cantaram em apoio aos jogadores.
O meia Jadson falou sobre a importância dos torcedores corintianos. No Mineirão, o único destaque na partida foi a festa que a Fiel fez nas arquibancadas. Mesmo em menor número, calaram os cruzeirenses, mesmo após o apito final. "A torcida sempre apoia até o final. No Rio eles foram. Contra o Cruzeiro também. Nosso espírito é que tem que ser outro. A entrega tem que ser maior. A torcida não vai parar de nos apoiar. É o jogo do ano e tomara que eles possam nos ajudar".
O lateral-direito Fagner também enalteceu o apoio que o elenco tem recebido até aqui e falou que agora é o momento dos atletas darem algo a mais dentro de campo. "Temos que ser eficiente em todos os setores. Temos que errar o mínimo possível. Acertar passes, criar chances de gols. Às vezes um lado vai estar mais fechado. Temos que ter rápido a leitura do jogo para criar chances de gol", analisou.
O reconhecimento dos jogadores em melhorar se deve ao fato de a equipe vir de jogos muito ruins. O Corinthians não vence e não consegue marcar gols há quatro jogos. Já são 381 minutos sem conseguir colocar a bola na rede do adversário.
"Incomoda muito o nosso grupo ficar tanto tempo sem fazer gols. Mas agora estamos disputando um título. Tomara que a bola possa começar a entrar novamente. O grupo está bem concentrado. Todo mundo sabe da importância do título. Vamos tentar marcar e estamos preparados para fazer um bom jogo", disse Jadson.
A preocupação em não repetir mais uma fraca atuação é tão grande que talvez o que Jair Ventura mais tenha feito nos últimos dias é conversar com os jogadores. O trabalho desta terça-feira começou com quase uma hora de atraso. Depois do treino, Fagner e Jadson apareceram para a entrevista coletiva também uma hora depois do previsto.
O teor da conversa não foi revelado. Fagner e Jadson, com quatro títulos cada um pelo Corinthians, apenas comentaram o que têm falado aos mais jovens. "A gente faz questão de lembrar que ser campeão aqui é diferente. A torcida está junto, o clube te abraça e te recebe muito bem. Então não dá para decepcionar", finalizou o lateral-direito.
DO OUTRO LADO - A delegação do Cruzeiro embarcou para São Paulo com festa da torcida, nesta terça-feira, para a decisão da Copa do Brasil. Cerca de 300 torcedores estiveram do lado de fora do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, e embalaram os jogadores na véspera da segunda partida da final contra o Corinthians.
Os torcedores se reuniram na frente do aeroporto e entoaram cantos típicos das organizadas, além do hino oficial do clube, enquanto o ônibus cruzeirense não chegava. Quando isso aconteceu, os nomes de Mano Menezes, Fábio, Dedé e Thiago Neves foram os mais gritados.
Algumas crianças conseguiram escapar do esquema de segurança e tiveram contato com os seus ídolos. Os jogadores não pararam para entrevistas, mas acenaram bastante para a torcida e se mostraram animados com a manifestação de carinho. O Cruzeiro está a um empate do segundo título seguido da Copa do Brasil, que seria o sexto no total.