Um grupo de conselheiros do Flamengo fez um requerimento com o objetivo de instaurar uma Comissão de Inquérito, e com o pedido para que Marcos Braz seja suspenso do quadro social do clube.
A movimentação acontece após a divulgação de imagens da câmera de segurança do shopping onde a briga entre vice-presidente de Futebol e um torcedor rubro-negro aconteceu, em setembro.
"Diante da gravidade dos fatos e dos enormes prejuízos que estes causaram à imagem do Flamengo, os requerentes esperam que este Conselho de Administração apure e julgue o associado Marcos Braz, aplicando a penalidade de suspensão do quadro social", diz trecho do documento.
O documento aponta que Marcos Braz, que é grande-benemérito do Fla, infringiu o estatuto do clube. A petição é assinada por Walter Monteiro, Júlio James, Rodrigo Rotzsh, Rubem Ricardo Azevedo e Thiago Ramos.
São indicados os artigos das leis rubro-negras que ele quebrou. Dentre eles, o artigo 39 (praticar vias de fato), o 50 (praticar ato grave de indisciplina social ou desportiva), o 51 (praticar ato delituoso) e o 69 (que indica que vice-presidentes respondem por prejuízos à imagem do clube).
O grupo alega também o uso do Flamengo para a defesa do dirigente, em um episódio de cunho pessoal, como a presença de Rodrigo Dunshee, vice-presidente Jurídico na delegacia, a coletiva no Ninho do Urubu e a transmissão pela FlaTV.
"Marcos Braz, se valendo de sua condição de integrante do Conselho Diretor do clube, então construiu ao seu redor uma rede de apoio institucional do Clube de Regatas do Flamengo, que envolveu a presença do VP Jurídico na Delegacia de Polícia, o uso das dependências da instituição para uma entrevista coletiva e o uso da FLA TV para veicular a sua defesa", diz outro trecho.
Em outro momento, há a afirmação que o vice-presidente levou "abalos à imagem pública da instituição" ao envolver o Rubro-Negro no caso.
"Desde o início do episódio, Marcos Braz fez absoluta questão de envolver o clube em sua defesa, o que trouxe inequívocos abalos à imagem pública da instituição, que não apenas foi indevidamente enredada com um episódio de agressão covarde a um torcedor e trabalhador humilde, como também acabou afiançando a versão que se provou inverídica", diz o documento, em outro momento.
Por fim, há o pedido para que o presidente do Conselho de Administração deva designar, "em 5 dias, uma Comissão de Inquérito para apurar os fatos em até 60 dias".
Em nota no UOL na terça (30), a defesa de Marcos Braz disse que as imagens "apenas demonstram o que já foi mencionado" nos depoimentos prestados e que o dirigente foi perseguido por integrantes de uma torcida organizada.
"As imagens recentemente divulgadas, apenas demonstram o que já foi mencionado nos depoimentos, prestados na delegacia. O senhor Marcos Braz estava no shopping, com sua filha menor de idade, para comprar seu presente de aniversário. Neste momento foi perseguido, por mais de uma vez, por torcedores, pertencente a uma torcida organizada, que o xingavam e ameaçavam! Em reação a esses fatos e em defesa da sua filha e suas amigas se envolveu nesta confusão. Já pedimos que se investiguem o crime de perseguição e aguardamos que os fatos sejam devidamente esclarecidos", disse o advogado Raphael Mattos ao UOL.