O Londrina Esporte Clube visita o Azuriz neste sábado, às 20h, no estádio Os Pioneiros, em Pato Branco (Sudoeste). O confronto acontece apenas pela segunda vez na história: no ano passado, as equipes empataram em 1x1, também pelo Campeonato Paranaense. Antes disso, o Azuriz figurava nas divisões de acesso do Paraná, e sequer imaginava chegar à elite. Conheça abaixo um pouco da curta, mas ambiciosa história do adversário do Tubarão neste fim de semana.
O Azuriz Futebol Clube manda seus jogos em Pato Branco, mas seu centro de treinamento e sua sede ficam a 37 km de distância, em Marmeleiro (Sudoeste). Assim como o São-Joseense, adversário do Tubarão na última quarta-feira (26), o Azuriz é um clube-empresa, modelo de gestão que ganhou muitos adeptos no Brasil nos últimos anos. No caso do time de Marmeleiro, o projeto surgiu em 2017, com um grupo de investidores liderados pelo empresário Pedro Weber, hoje vice-presidente do clube. Quem fazia parte desse grupo e até hoje investe na equipe é o lateral-esquerdo Marcelo, do Real Madrid e ex-jogador da Seleção Brasileira.
O nome diferente chama a atenção, mas tem um motivo: "Azuriz" vem de "azure jay", nome em inglês da gralha-azul, uma das principais espécies de aves do estado e que também é representada pelo mascote do clube.
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A homenagem à natureza paranaense não é por acaso. O grupo de investidores escolheu a região Sudoeste do Paraná a dedo, por não ter um grande clube de futebol e pela tradição no futsal. Na visão dos fundadores, a modalidade seria uma boa porta de entrada para futuros atletas do futebol, daí a ideia de criar um clube formador tão próximo ao Pato Futsal, de Pato Branco, e ao Marreco, de Francisco Beltrão, ambos clubes da elite do salonismo brasileiro.
O objetivo da fundação era e continua sendo ambicioso: "ser o clube formador brasileiro de maior valor e reconhecimento até 2030", como estampado no site oficial do clube. Para isso, o Azuriz inaugurou, no final de 2018, seu moderno CT em Marmeleiro, equipado com quatro campos de futebol e alojamento para 64 atletas.
O futebol profissional não passava pela cabeça dos investidores, que queriam concentrar os esforços apenas na formação e agenciamento de jovens jogadores. No entanto, o regulamento da FPF (Federação Paranaense de Futebol) obriga os clubes filiados a disputarem ao menos uma competição profissional por ano. Por exigência da regra, o Azuriz entrou na Terceira Divisão do Paranaense de 2019, e alcançou as semifinais. Com a desistência de outras equipes, conseguiu um inesperado acesso para a Segunda Divisão de 2020. No ano seguinte, com mais investimentos no time principal, o Azuriz alcançou um novo acesso, agora para a Primeira Divisão estadual. E a estreia na elite, no ano passado, também superou as expectativas: oitavo lugar na primeira fase, premanência garatinda e vaga para Série D do Brasileiro e Copa do Brasil em 2022.
Enquanto a formação de jogadores continua funcionando em Marmeleiro, a equipe profissional joga em Pato Branco após firmar uma parceria com a prefeitura da cidade vizinha. E o time principal ganhou reforços para a temporada de 2022. A equipe do técnico Celso Martins tem nomes como Rithely, volante ex-Sport e Internacional, Cayo Tenório, lateral revelado pelo Vasco, Fabrício Oya, meia da base do Corinthians e Igor Bosel, lateral que já jogou no Londrina.
Nas primeiras rodadas do estadual, a gralha-azul não começou tão bem. Empate em 0x0 com o São-Joseense e derrota para o Paraná Clube, por 2x1. Contra o Londrina, um dos líderes da competição, o Azuriz vai em busca de recuperar a boa fase para a sequência da temporada mais importante da sua história.
*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.