Esportes

Fundamental no acesso, estádio VGD será a casa do Londrina EC em 2026

13 out 2025 às 17:46

Mais do que apostar em jogadores de renome ou em outros aspectos do jogo, a SAF do Londrina colocou todas as fichas em um personagem inanimado da cidade: o velho Vitorino Gonçalves Dias (VGD). Por anos esquecido e até ameaçado de desaparecer do mapa, o estádio voltou a ser protagonista no futebol londrinense.


“Uh, pula aê, faz o VGD tremer!” — o canto tradicional da torcida alviceleste ecoou jogo após jogo nesta temporada e empurrou o time de volta à Série B, justamente em sua casa de origem.


O investimento no VGD foi de cerca de R$ 10 milhões, valor destinado à reestruturação do estádio para receber treinos e partidas, além da quitação de uma dívida milionária deixada pelo clube com a prefeitura no fim dos anos 1990. Do ponto de vista esportivo, a aposta foi certeira: o Londrina terminou invicto no estádio durante toda a Série C, com quatro vitórias e oito empates, e viu a média de público crescer consideravelmente.


“A sequência nos fez mais fortes. Construímos um trabalho de um ano para o outro levando em conta toda a competição: os erros, as vantagens e desvantagens. Investimos na nossa casa, tanto financeiramente quanto na crença de que aqui seria o nosso alçapão. O torcedor comprou a nossa ideia e deu certo”, afirmou Dado Cavalcanti, diretor técnico da Squadra Sports, após o acesso ser confirmado.


“Simbolicamente, conquistamos o acesso no VGD. No ano passado, nesta mesma época, o estádio praticamente não existia mais. É um retorno marcante e simbólico, um feedback muito positivo que nos fortalece com a união de todos, incluindo o torcedor”, completou.


Torcida presente


A torcida abraçou o projeto e lotou o VGD em praticamente todos os jogos da Série C. O ponto alto foi o duelo do acesso, o 1 a 1 com o São Bernardo, quando o estádio registrou público recorde após a reabertura: 7.885 torcedores celebraram juntos o retorno à Série B.


“Ninguém foi mais importante do que a torcida do Londrina. Nos últimos anos, a média era de 1.500 pessoas por jogo. Eu disse, desde o início, que não dava para o Londrina ser grande com apenas 1.500 torcedores no estádio. Entendemos que isso não era falta de desejo da cidade em ter um clube forte, mas sim de conexão entre o time e a comunidade. Hoje, temos média superior a 5 mil torcedores, quase quadruplicamos o público em dois anos. Essa torcida e essa cidade são as verdadeiras responsáveis pelo tamanho que o projeto pode alcançar”, destacou Guilherme Bellintani, dono da SAF.


“As pessoas me perguntam até onde o Londrina pode chegar. O Londrina vai até onde a cidade quiser que ele vá, até onde a torcida quiser que ele vá. Não sou eu, nem os atletas, nem os profissionais que trabalham aqui, é o torcedor, é a própria cidade que move o Londrina”, completou.


Com o acesso garantido, o planejamento para a Série B já começou, mas a casa está pronta para a festa: o VGD continuará sendo a casa do Tubarão.



Continue lendo