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Folha salarial do Londrina EC será de R$ 1,2 milhão na Série B

25 nov 2025 às 08:32

O Londrina terá uma folha salarial mensal de R$ 1,2 milhão para disputar a Série B do Campeonato Brasileiro em 2026. A informação foi confirmada pelo dono da Squadra Sports, SAF que administra o clube, Guilherme Bellintani. Em entrevista ao portal Um Dois Esportes, o empresário reconheceu que o valor deve ser o mais baixo da competição, mas disse que isso não altera o planejamento.


“Todo mundo vai dizer: ‘você vai cair’. É a menor folha da Série B. É o que cabe na conta, meu amigo. Se eu pagar mais de R$ 1,2 milhão de folha na Série B, eu não vou pagar o salário”, afirmou ele, que explicou que a ideia é que o LEC deixe de dar prejuízo como na Série C.


Bellintani e sua equipe reconhecem que a Série B mudou de patamar nos últimos anos. A competição está inflacionada quando comparada às temporadas anteriores. Ele citou o exemplo do Bahia, clube que presidia em 2022, quando o time subiu para a Série A com uma folha de R$ 2 milhões. Na época, era uma das maiores da divisão. Hoje, valores semelhantes já estão abaixo da média.


A disparada ficou evidente em 2025. O Athletico Paranaense, por exemplo, superou os R$ 6 milhões mensais, triplicando o que se investia três anos antes. O Furacão terminou como vice-campeão e garantiu o acesso. O Coritiba, campeão, e o Remo, que também subiu, trabalharam com folhas próximas à casa dos R$ 4 milhões.


Ainda assim, clubes como Goiás, Atlético-GO, América-MG e Cuiabá, que operaram na faixa dos R$ 3 milhões, não conseguiram o acesso e vão permanecer na Série B. No outro extremo, o Paysandu, com uma folha quase duas vezes maior que a projetada pelo Londrina, acabou rebaixado como lanterna.


Foco nos exemplos


Mesmo diante desse cenário de disparidade financeira, o Londrina encontra exemplos que reforçam o caminho escolhido. A meta é ser assertivo no mercado, buscando atletas que agreguem ao modelo de jogo desejado pelo técnico Roger Silva.


Na própria Série B, a Chapecoense garantiu o acesso à elite com uma folha semelhante à que o LEC terá em 2026. Já na Série A, o Mirassol, sensação do futebol nacional, alcançou a histórica vaga à Libertadores com uma folha estimada em R$ 4 milhões, a menor da divisão.


Bellintani reconhece que há riscos, mas reforça que o clube trabalha com planejamento. “O risco de fazer uma folha menor e cair pode acontecer. Temos que ter coragem, mas não é um tiro no escuro”, disse. “O projeto de 2026 é seguir pagando a dívida, estabilizar na Série B, fazer uma boa Copa do Brasil, tentar chegar na segunda ou terceira fase, e ser competitivo no Campeonato Paranaense, que é muito difícil.”


A aposta da SAF é na organização e na disciplina financeira. Na Série C, o Londrina já atuou nos dois últimos anos como uma das menores folhas da divisão, na casa dos R$ 400 mil, mas em ambos os anos da gestão esteve na parte de cima da tabela. Em 2024, ficou por uma vitória de subir, já em 2025 o clube confirmou o acesso e foi vice-campeão. A diretriz para 2026 é a mesma: manter o profissionalismo e não ultrapassar a capacidade de arrecadação.


“O que mais atrapalha o futebol é justamente a falta de profissionalismo e de gestão”, afirmou Bellintani ao podcast Visionários. “Estamos muito acostumados com isso, porque no Brasil não há punição para quem gasta mais do que arrecada. Enquanto isso se mantiver, o futebol vai continuar do mesmo jeito.”


Com orçamento limitado, mas planejamento rígido, o Londrina tenta se consolidar na Série B e preparar terreno para um crescimento sustentável, inclusive estrutural. O clube projeta inaugurar a primeira fase de seu centro de treinamentos próprio no primeiro semestre de 2026.

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