"Foi tão difícil todos os treinamentos, a gente tem trabalhado tão duro. Ao mesmo tempo em que estou contente de ter entregado meu melhor, estou triste por ter chegado tão perto."
Desse modo, em sua quarta participação em Olimpíadas, Ana Sátila, 28, escancarou sua decepção com a quarta colocação no caiaque K1 da canoagem slalom nos Jogos de Paris.
"Está sendo, acho, o momento mais difícil da minha carreira", afirmou a mineira depois da final, decepcionada mesmo depois de registrar, no estádio náutico Vaires-sur-Marne, o melhor resultado olímpico de sua vida.
Em Tóquio-2020, acabou na 13ª colocação no K1, não participando da final.
Agora, na França, Ana Sátila chegou lá. Mas, com o tempo de 100s69, ficou atrás da australiana Jessica Fox (ouro, 96s08), da polonesa Klaudia Zwolinska (prata, 97s53) e da britânica Kimberley Woods (bronze, 98s94).
"Eu estava sonhando muito com essa medalha todos os dias. Estava muito positiva, muito alegre, me sentindo muito bem na água", disse. "É muito difícil, acho que ninguém imagina como é para um atleta olímpico terminar em quarto lugar."
Se ela tivesse ido ao pódio, o Brasil teria obtido quatro medalhas neste domingo (28), primeiro dia de êxito do país nestas Olimpíadas. Conseguiram medalhas os judocas Willian Lima (prata) e Larissa Pimenta (bronze) e a skatista Rayssa leal (bronze).
Na canoagem slalom, cada atleta encara corredeiras, tentando passar por obstáculos sem cometer faltas e terminar o percurso no menor tempo possível.
Ana Sátila ainda participará de duas disputas nas Olimpíadas parisienses, uma delas novamente no caiaque (K1X/cross), na sexta-feira (2 de agosto) e a outra, antes, na canoa (C1), a partir de terça-feira (30).
As expectativas são altas no K1X, já que nessa prova a brasileira foi uma vez campeã mundial, em 2018, no Brasil, e uma vez vice-campeã mundial, em 2017, na França.
Além de Ana Sátila, o Brasil é representado na canoagem slalom por Pedro Gonçalves, o Pepê.
Na canoagem velocidade, o país competirá com o multimedalhista olímpico (um ouro, duas pratas e um bronze) Isaquias Queiroz, que foi porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura, e com Jacky Godman.