A Copa fabricada do Qatar poderia adaptar um famoso ditado conhecido na cidade fabricada de Las Vegas: o que aconteceu no Qatar fica no Qatar.
Com a principal competição de futebol do mundo voltando para o continente americano em 2026, muitas coisas serão diferentes em relação ao que se passou no Mundial deste ano.
TRÊS PÁTRIAS
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Pode-se chamar o próximo torneio de Copa continental. Os três países que formam a América do Norte vão abrigar a competição em 2026: Canadá, Estados Unidos e México.
É a primeira vez que o torneio terá um trio de anfitriões (superando a Copa de 2002, até então a única em mais de um país, Coreia do Sul e Japão).
LONGAS DISTÂNCIAS
Nem pense em ir de qualquer estádio a outro em 2026 de metrô, como aconteceu nesta Copa. Qatar inteiro deve caber dentro de muitas das cidades-sede do próximo Mundial, que terá 16 (contra 5 no Qatar), número recorde: Vancouver e Toronto (Canadá); Seattle, São Francisco, Los Angeles, Kansas City, Dallas, Atlanta, Houston, Boston, Filadélfia, Miami e Nova York (EUA); e Cidade do México, Guadalajara e Monterrey (México).
NOVA FÓRMULA
Depois de sete Copas com 32 seleções, o próximo torneio terá pela primeira vez 48 equipes. E como vai ser isso? Ninguém sabe, ainda.
Mas a Fifa deve bater o martelo sobre o sistema de disputa no início de 2023. O certo mesmo é que teremos seis vagas diretas via Conmebol, com dez países na disputa. Está mais fácil do que conseguir vaga para a Libertadores.
SELEÇÃO DA OCEANIA GARANTIDA
Possivelmente a Nova Zelândia está entre as nações que mais vibrou com o aumento de seleções para 2026.
Sem a Austrália (que disputa com os asiáticos), os neozelandeses são favoritos para ficar com uma vaguinha direta, a qual a Oceania terá direito, sem precisar de repescagem. Chance de ver danças de haka na Copa.
TRADIÇÃO JUNINA
Boa notícia para quem não aguenta esperar muito tempo: só faltam três anos e meio para o próximo Mundial. Em 2026, a Copa deixa dezembro de lado e volta à sua tradição junina, ou seja, no fim da temporada europeia (está programada para o período entre 8 de junho e 3 de julho).
SEM MESSI E CR7
Se você acabou de entrar na maioridade ou ainda é adolescente, vai um aviso importante: muito antigamente a Copa era um torneio disputado sem Messi, 35, ou Cristiano Ronaldo, 37.
Desde 2006, se tem Copa, a dupla está lá, nem sempre com brilho. O último Mundial sem os dois foi o de 2002, e isso voltará a acontecer. Em 2026, nem o argentino nem o português devem jogar.
MAIS APOSENTADOS
Além de Messi e Cristiano Ronaldo, a lista de aposentados de suas seleções é relativamente grande e muitos titulares da Copa do Qatar não vão correr atrás do sonho americano (a final deve ser em Nova York).
A fila do INSS da Copa inclui Modric (Croácia), Thiago Silva (Brasil), Busquets (Espanha), Suárez e Cavani (Uruguai), Eden Hazard (da geração belga) e Thomas Müller (Alemanha).
DIREITOS HUMANOS
Depois dos Mundiais na Rússia e no Qatar, a Copa de 2026 vai fazer as pazes com a democracia e o fim do cerceamento às liberdades individuais, principalmente em relação às mulheres e à comunidade LGBTQIA+.
SEM GALVÃO
"Olha o gol, olha o gol, olha o gol"? Não, não. Vamos olhar uma vez só a partir de 2026. Será a primeira Copa na TV aberta sem Galvão Bueno, o de vida eterna, desde 1982 (ou o primeiro jogo do Brasil em Copas sem Galvão desde 1990; em 86 ele narrou só um, contra a Argélia). Mas quem sabe o narrador não aparece em algum streaming para alegrar seus fãs.
IT'S COMING HOME (A CERVEJA)
Sim, a cerveja está voltando para casa, afinal, a Budweiser, patrocinadora do evento, é americana. Não dá para garantir que isso é uma boa notícia, mas elas estará lá em 2026, nos estádios e suas cercanias, ao contrário do perrengue de 2022. Mas o país da Bud também é conhecido pela variedade de cervejas artesanais em cada esquina. Enfim, será a Copa do lúpulo.
E OS FAVORITOS?
Bem, esta será a quarta Copa no continente norte-americano. Brasil, em 1970, e Argentina, em 1986, venceram no México; e o Brasil ganhou a única disputada nos EUA.