Logo depois da decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) de liberar público em três partidas do Flamengo, os demais 19 times da Série A do Campeonato Brasileiro decidiram articular um movimento para adiar a próxima rodada do Nacional. A alegação é que a decisão afeta o equilíbrio técnico do torneio. A informação é do portal UOL.
Essa possibilidade de adiamento já havia sido debatida pelas equipes no Conselho Técnico extraordinário do campeonato, realizado no início do mês. A ideia é sustentada com base num texto divulgado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) após o encontro que reuniu os 19 times.
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"Caso os clubes sinalizem com a utilização de liminar para contar com público nos estádios, a CBF irá analisar juridicamente a questão, uma vez que interfere na esfera de direito de terceiros adquirentes de propriedades comerciais da competição", diz trecho do documento.
Ainda conforme o portal, o clima entre os dirigentes desses clubes é de irritação com a manutenção da liminar que libera torcida do Flamengo nos estádios em três partidas do clube. O adiamento da rodada, prevista para os dias 18, 19 e 20, ainda não está definido, mas muitos clubes já sinalizaram apoio.
"Se tiver público em algum jogo, está é a decisão dos 19 clubes. [A decisão] através do conselho técnico", disse o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan.
Os clubes ainda estão ponderando algumas situações, como o contrato que têm com Globo, dona dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. A emissora teria sua grade afetada, assim como o serviço do Premiere.
O primeiro dos três jogos do Flamengo nos quais o clube conseguiu liberação para ter público será contra o Grêmio, nesta quarta-feira (15), pelas quartas de final da Copa do Brasil. No jogo de ida, em Porto Alegre, não houve a presença de torcedores e os cariocas venceram por 4 a 0.
Ao negar o pedido dos clubes para suspender a liminar que concedia permissão ao time rubro-negro, o presidente do SJTD, Otávio Noronha, afirmou que não cabe ao tribunal impedir a presença de torcedores nos estádios e, sim, aos governos estaduais.
"Não cabe em princípio, à Entidade de Administração do Desporto, se imiscuir e negar vigência à execução do conjunto de medidas adotadas pelo Estado, para a retomada gradual das atividades - inclusive com reflexos na economia - por lhe faltar, além de competência, o adequado respaldo técnico e a legitimidade atribuída aos governantes democraticamente eleitos", afirma trecho do documento.