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Cafu inspira jovens do Cense de Londrina e mostra otimismo com a Seleção

31 out 2025 às 17:15

O ex-jogador Cafu esteve em Londrina nesta semana para ministrar uma palestra a adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa no Cense Londrina 1 (Centro de Socioeducação). Capitão do pentacampeonato mundial do Brasil em 2002 e titular na final de 1994, quando a seleção conquistou o tetracampeonato, o ex-lateral conversou com a imprensa sobre seu novo momento de vida, voltado a inspirar jovens, e também comentou a fase atual da seleção brasileira, comandada por Carlo Ancelotti.


Cafu adotou um tom otimista em relação ao desempenho do Brasil na Copa do Mundo de 2026, que será disputada no México, Canadá e Estados Unidos. “Eu sou o cara mais otimista do mundo quando se fala de seleção brasileira, e não tem como ser o contrário. O trabalho do Ancelotti é de formiguinha, tinha que ser progressivo até chegar à Copa do Mundo. Infelizmente, não temos tempo hábil para ele fazer isso. Foram quatro jogos oficiais das Eliminatórias e mais os amistosos para entrosar a equipe, é pouco”, afirmou o ex-capitão, que trabalhou com o técnico italiano no Milan, onde conquistou a Liga dos Campeões da Europa em 2007.


Cafu destacou, no entanto, que vê evolução na seleção. “Eu vejo com bons olhos o trabalho. É uma equipe em formação, em termos de entrosamento e da leitura tática que o Ancelotti quer”, avaliou. Desde que assumiu o comando, o treinador soma três vitórias, um empate e duas derrotas.


Durante 12 anos, Cafu foi o dono da lateral direita do Brasil. Após sua aposentadoria, o país revelou nomes como Maicon e Daniel Alves, mas atualmente não há um dono para o setor. “Eu vejo grandes laterais, mas não falo em quem vai jogar, porque não seria ético da minha parte. Sei que o Ancelotti vai tomar a decisão certa para cada posição”, pontuou. Até o momento, o treinador convocou Vanderson (Monaco), Wesley (Roma), Vitinho (Botafogo) e Paulo Henrique (Vasco) para a posição.


As oportunidades da vida


Além das análises sobre futebol, Cafu falou sobre o papel das oportunidades em sua trajetória. Hoje, o ex-jogador atua como palestrante e embaixador da Fifa, com foco em temas como disciplina, superação e perseverança. Ele relembrou o início da carreira, quando foi reprovado em nove peneiras antes de ser aprovado no São Paulo, clube onde se tornou ídolo e bicampeão mundial em 1992 e 1993.


Diante de dezenas de adolescentes no Cense, Cafu reforçou a importância de acreditar e de seguir bons exemplos. “São meninos de 13 a 16 anos, crianças que não tiveram as mesmas oportunidades que nós tivemos. O que buscamos é transformá-los em cidadãos, tirando deles essa visão de que são pessoas ruins”, destacou o ex-capitão, nascido e criado no Jardim Irene, periferia da zona sul de São Paulo. Cafu ainda defendeu a importância de acolher e orientar os jovens. “Os bons exemplos precisam ser seguidos. A pior coisa do mundo é quando você comete um erro e as pessoas colocam o dedo na sua ferida, sem te dar a chance de ser melhor”, afirmou.


Um momento curioso da palestra ocorreu quando Cafu mencionou o erro do zagueiro Lúcio nas quartas de final da Copa de 2002, diante da Inglaterra, quando o Brasil venceu por 2 a 1. “Falei para eles se lembravam do lance do Lúcio. Ficaram se olhando: ‘Lúcio?’. Aí percebi que eram meninos de 13 anos, que não viram a Copa de 2002”, contou, entre risos. “Mas a maioria conhece o Lúcio e aquele time porque alguém contou. Isso é fantástico.”


A palestra, intitulada “Capitão de Si”, foi ministrada ao lado de sua companheira, a jornalista e escritora Mariah Morais. A ação faz parte do Projeto Nova Jornada, coordenado pela agente socioeducativa Marluce Zambrin.

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