O gramado do Vitorino Gonçalves Dias (VGD) virou uma novela na reta final da Série C. Alvo constante de críticas da comissão técnica e dos jogadores do Londrina, o piso do estádio continua sem qualquer sinal de recuperação. Passados cerca de 40 dias desde o último jogo disputado no VGD em 2025, a ida da final da Série C diante da Ponte Preta, o clube ainda não iniciou nenhum processo de melhoria, e o campo segue sendo utilizado inclusive pelas categorias de base nas últimas semanas.
Questionado sobre o tema e sobre o planejamento para 2026, o CEO da SAF do Londrina, Armando Chekerdemian, confirmou que há estudos e orçamentos para a troca do gramado, mas os valores elevados têm travado o início de qualquer intervenção.
“Ainda não há nada para anunciar. Estamos tentando casar os orçamentos, mas queremos fazer diversas melhorias voltadas à hospitalidade e à experiência de torcedores e patrocinadores. Estamos tentando viabilizar a reforma do gramado, aumentar a quantidade de banheiros e melhorar a qualidade deles, criar camarotes para patrocinadores e até ampliar a capacidade do estádio. Mas são projetos caros, de longo prazo, e todos saem do mesmo bolso. Organizar e projetar tudo isso não é simples. Alguma coisa nós vamos fazer”, afirmou à Paiquerê 91,7.
Sobre a troca do gramado, Armando destacou que a ideia está encaminhada, mas depende da capacidade financeira do clube. “Foi definida a tentativa de troca. Estamos trabalhando, mas os orçamentos têm valores astronômicos. Se investirmos no gramado, pode ser um jogador a menos que a gente traga, porque o orçamento é o mesmo. Podemos deixar de ser competitivos em outra frente. O objetivo é trocar o gramado, sim, mas ainda não conseguimos anunciar. Estamos fazendo orçamentos, buscando projetos para viabilizar, mas não podemos cravar. Estamos tentando viabilizar isso.”
O dono da Squadra Sports, Guilherme Bellintani, já havia mencionado três possibilidades: reforma, troca integral e até a instalação de gramado sintético, alternativa ainda mais distante por causa do custo. A tendência, porém, é pela troca completa, embora o clube ainda não saiba quando e com quais recursos fará o investimento.
O VGD foi definido como casa do Londrina desde a chegada da Squadra Sports e recebeu 13 os 14 jogos da equipe como mandante na Série C. No início da competição, o gramado não apresentava grandes problemas, mas a combinação de excesso de partidas, treinos diários e a ação de um fungo de inverno deteriorou de forma significativa o piso, que passou a apresentar desníveis e compactação elevada.
Apesar das dificuldades, a troca de estádio não está nos planos. O Londrina pretende disputar a Série B no VGD, deixando uma mudança para o estádio do Café apenas em caso de necessidade, como ocorreu em uma rodada da Série C, quando o time transferiu o duelo contra o Náutico para o estádio da zona norte para permitir uma manutenção emergencial.
Crescimento do público
O Londrina comemora o aumento de público com a volta ao VGD. A média, que era de cerca de 1.500 torcedores no estádio do Café antes da chegada da SAF, saltou para 5.800 pessoas na Série C de 2025 na velha casa alviceleste. A meta agora é elevar ainda mais esse número.
“Temos tido até alguma capacidade ociosa em quase todos os jogos no VGD, exceto na reta final do campeonato. Há espaço para mais”, destacou o CEO Armando Chekerdemian. Atualmente, o estádio comporta 8.017 torcedores.
Pré-temporada
A reapresentação do elenco está marcada para 1º de dezembro, no próprio VGD, e a saída para realizar a pré-temporada em outro local está descartada por enquanto. Em 2025, o clube chegou a treinar no Café para preservar o gramado do VGD, prática que pode ser repetida em 2026. Os campos da Associação dos Funcionários Municipais de Londrina (AFML), usados durante a temporada do acesso, também estão à disposição para receber parte das atividades do elenco no próximo ano.