Tranquila, elegante e bela, muito bela aos 73, Vera Fischer movimentou toda a mídia que cobre o festival exatamente durante uma hora, tempo suficiente para que ela exercitasse a memória lembrando momentos de uma trajetória artística na qual não faltaram os títulos que fizeram sua fama no cinema, televisão e teatro.
Conduzida e moderada pela jornalista e apresentadora Simone Zucolotto, do Canal Brasil, a coletiva mostrou que a atriz está em paz com a vida e a carreira. E muito aberta, quase ansiosa por convites para novas e desafiadoras incursões em seus espaços preferidos, o cinema e o teatro.
E foi pelo cinema que a conversa teve início, mais especificamente quando Vera, a catarinense ex miss Brasil, pensou em ser arqueóloga mas acabou pontificando nas pornochanchadas (que ela chama de “revolucionárias”) dos anos 1970 em títulos e tramas ousadas que desafiaram as tesouras da ditadura militar que então assolava o País – período do qual não se arrepende, e pelo qual nunca se sentiu estigmatizada.
Leia mais:
Ana Paula Minerato é demitida após ter áudio com falas racistas vazado
Elton John revela que perdeu visão de um olho por causa de infecção
Netflix divulga trailer de 'Cem Anos de Solidão', série inspirada no livro
Viih Tube revela se pretende ter mais filhos e expõe planos com Eliezer
Mas foi na década de 80 que a verdadeira dramaturgia cinematográfica entrou em suas veias, através das parcerias com Arnaldo Jabor e Walter Hugo Khoury, principalmente este, por quem ela confessa, além da admiração pelo cineasta, uma dívida pelo amplo aprendizado: foi uma aula permanente de cultura e três deles que foram marcos em sua evolução como atriz: “Amor Voraz”, “Forever” e “Amor Estranho Amor”.
Ela se detém para falar particularmente sobre este, que até há pouco rendeu uma interminável polêmica com direito a extenso processo judicial, envolvendo a atriz Xuxa por conta de cenas de nudez dela com um garoto – o filme foi retirado dos cinemas e o caso originou uma desavença séria entre as duas atrizes. Que Vera diz totalmente superada com a “rainha dos baixinhos”.
Sobre televisão, a atriz diz não ter saudades de fazer novelas; e coita como sua preferida “Laços de Família”; série talvez volte a fazer. Mas a paixão maior continua pelos filmes, que ela quer e pretende retomar em breve. Sobre paixão, uma revelação inesperada.
Perguntada sobre um parceiro de filmes com quem criou afinidades (muitas), com quem gostou imensamente de contracenar e de quem sente muita falta, Vera vai ao confessionário: José Wilker. As palavras são dela: “A gente se deu muito bem, eu fiquei encantada com aquele homem que sabia Literatura, muita poesia, teve um dia que fizemos um take na praia, ele me olhou nos olhos e recitou uma poesia do Drummond. E aí eu caí de quatro por ele. Depois ficamos amigos, fizemos outros filmes e outras novelas.”
Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA: