A antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz, convidada do Roda Viva nesta segunda-feira (7), relembrou o episódio em que foi criticada nas redes sociais após a o artigo sobre o filme "Black Is King" de Beyoncé publicado na Folha de S.Paulo.
Ela disse não ser uma vítima dos comentários. "Eu estou aqui aprendendo nesse debate, aprendendo muito nesse processo dolorido, por certo, mas que eu não sou uma vítima."
Schwarcz disse que lidou com o episódio ouvindo as críticas. "Acho que a escuta é um processo transformador", analisou ela que descreveu a internet como um "tribunal moral" e emendou querer viver em um mundo em que possa errar e possa aprender com os seus erros.
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Um dos pontos pelos quais Schwarcz foi criticada foi em relação ao lugar de fala, ou seja, ela, uma mulher branca, que analisou o vídeo "Black Is King", que dialoga sobre o afrofuturismo.
"Acho que a questão de lugar de fala tem sido mal compreendida, eu acho que é importante, é uma política de reparação e uma política de reconhecimento, o que não quer dizer que o lugar de fala seja um monopólio", comentou.
Schwarcz ainda rebateu outras críticas, como aqueles que a acusaram de usar uma bibliografia branca ao comparar o filme com o clássico "Hamlet", de Shakespeare. "Não sou eu, 'Rei Leão' é pautado em 'Hamlet', assim como Beyoncé dialoga com 'Hamlet'."
Um dos pontos mais criticados do artigo foi a conclusão, em que Schwarcz escreveu "quem sabe seja a hora de Beyoncé sair um pouco da sua sala de jantar e deixar a história começar outra vez, e em outro sentido". Sobre isso, no Roda Viva, ela disse não se orgulhar.