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Após polêmica, Fantástico desiste de exibir reportagem com Felipe Prior

05 abr 2020 às 12:09

A Globo optou por cancelar a participação do ex-BBB 20 Felipe Prior na edição do Fantástico que vai ao ar neste domingo (5). A intenção era exibir uma reportagem em que o brother fala sobre a sua experiência de confinamento, antes de ser eliminado em um paredão histórico que chegou a ter 1,5 bilhão de votos.

O arquiteto é acusado de ter estuprado duas mulheres e tentado estuprar uma terceira, após uma festa de jogos universitários. Através de um vídeo, ele negou as informações.


Em nota, a equipe de comunicação da Globo afirmou que a emissora é contra qualquer tipo de violência e aguarda apuração das autoridades.


"Não haverá mais a matéria no Fantástico que abordaria a votação histórica do BBB. A Globo é veementemente contra qualquer tipo de violência, como se percebe diariamente em seus programas jornalísticos e mesmo nas obras do entretenimento, e entende que cabe às autoridades a apuração rigorosa de denúncias como as que foram feitas contra Felipe Prior".


ENTENDA O CASO


O arquiteto e ex-BBB Felipe Prior está sendo acusado de estupro e tentativa de estupro por três mulheres. Os crimes teriam acontecido entre 2014 e 2018 e foram noticiados pela revista Marie Claire. Os relatos dos supostos crimes foram confirmados a reportagem pela advogada Juliana de Almeida Valente, que representa as vítimas.


Por meio do seu Instagram, Prior negou as acusações. Ele disse ser inocente e afirmou que jamais cometeu violência sexual. "Estou muito chateado mesmo, muito chateado. Desconheço os fatos apresentados, nunca cometi nenhuma violência sexual contra ninguém.
Sou inocente, sou inocente. O que me deixa mais chateado é saber que depois que eu entrei na casa as pessoas apresentaram uma denúncia pesada contra mim. Os meus advogados estão tomando todas as providências (...)".


Segundo a advogada Juliana, os três crimes teriam acontecido após festas dos jogos universitários InterFAU, que são realizados anualmente e reúnem alunos de várias faculdades de arquitetura de urbanismo do estado de São Paulo. As três mulheres não teriam registrado boletim de ocorrência na ocasião por vergonha e medo.


Uma das vítimas afirma, segundo a advogada, que estava com uma amiga, em uma festa de comemoração dos jogos universitários na cidade de São Paulo, quando pegou carona com Prior. Ela conta que, depois de deixarem a amiga em casa, ele teria encostado o carro em uma rua escura e teria ido para cima dela, que estava embriagada.


Prior teria puxado a jovem para o banco de trás e teria forçado a relação sexual de forma violenta e incisiva, apesar de ela dizer não. A violência teria provocado um ferimento na região vaginal da vítima, o que teria levado a um grande sangramento. Ele então teria parado e se oferecido para levá-la ao hospital, o que ela teria recusado.


A jovem teria ido posteriormente ao pronto-socorro, onde teria sido questionada sobre um possível abuso sexual, mas ela teria se recusado a falar sobre o ocorrido por vergonha. Segundo a advogada, ela ficou uma semana de cama e posteriormente teve abalo emocional, crise de pânico e dificuldade em relacionamentos.


Outro caso teria ocorrido na cidade de Biritiba Mirim, interior paulista, durante o InterFAU 2016. Segundo a Marie Clare, ela acompanhou Prior até sua barraca de camping, mas teria desistido da relação sexual por não ter camisinha. Ele então teria tentado força-la e impedi-la de deixar o local, mas ela teria conseguido se desvencilhar.


Valente afirmou que a vítima resolveu procurá-la apenas depois do início do Big Brother Brasil 20, após um tuíte apontar casos de assédio e abuso relacionados a Prior. O post acabou sendo apagado pela autora, mas a partir daí a jovem encontrou as outras duas vítimas.


O caso mais recente teria acontecido em 2018, também no InterFAU, em Itapetininga. Ainda de acordo com a revista, ela também teria aceitado ir até a barraca de camping do arquiteto e teria tido relações sexuais com ele, mas em certa altura ele teria passado a ser agressivo e ela falou que não queria mais, mas ele não teria parado.


O InterFAU afirmou, em nota, que Prior não poderia ingressar e tampouco participar das atividades do evento desde outubro de 2018, justamente por causa de denúncias envolvendo-o em casos de assédio "além de uma acusação de crime sexual durante o InterFAU de 2018".

A advogada das três vítimas encaminhou uma notícia crime à Justiça. Segundo ela, o caso agora poderá dar origem a um ou mais inquéritos, a depender da decisão do Ministério Público. A partir daí, as denúncias serão apuradas e poderão levar Prior à julgamento.


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