Paulo Mathias, apresentador do "Morning Show" (Jovem Pan News), criticou os caminhoneiros bolsonaristas que estão bloqueando rodovias em 21 estados e o Distrito Federal do país. Eles contestam o resultado das eleições, que coroou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a derrota do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (30).
"Para mim, essas pessoas não são trabalhadoras. Hoje é terça-feira, são 10h23 da manhã e essas pessoas não estão trabalhando, elas estão tumultuando a vida alheia", disse o comentarista.
"E essas mesmas pessoas estão dizendo que são patriotas. E eu acho que elas não são patriotas. O sentido máximo do patriotismo é, em primeiro lugar, a solidariedade com as pessoas que vivem no mesmo lugar que você".
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Mathias comparou o ato dos bolsonaristas com as manifestações do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto).
"A gente criticou o MTST quando pegava pneus e tacava no meio de avenidas e rodovias, fazendo com que as pessoas não conseguissem ir e vir, a gente levantava a voz e falava que era um absurdo. A mesma coisa que esses caras estão fazendo agora a gente precisa criticar, porque a vida de várias pessoas tá sendo prejudicada por conta desses arruaceiros", afirmou.
O apresentador continuou: "Para mim, essas pessoas não podem ser chamadas de trabalhadoras, não podem ser chamadas de patriotas, essas pessoas são arruaceiras que estão atrapalhando a vida dos brasileiros", disse, cobrando um posicionamento de Bolsonaro a respeito dos atos.
"É inadmissível a gente chamar essas pessoas que estão nas ruas de trabalhadoras. Trabalhador sou eu, são as pessoas que estão nos ouvindo, que estão ralando todo dia. Não essa gente que tá, às 10h25, atrapalhando a vida de todo mundo. Vão pro inferno vocês que tão aí fazendo arruaça, vão pro inferno, bando de vagabundo", declarou Paulo Mathias.
Zoé Martinez, que na segunda-feira (1º) segurou o choro ao comentar a vitória de Lula, se irritou: "É engraçado como o presidente da República pode ser chamado, ao vivo, de covarde, e se eu fizer a mesma coisa com o Lula, ai meu Deus, o que vai acontecer comigo?"
Mathias seguiu dizendo que os atos dos caminhoneiros são "padrão MTST", e entrou em um debate com o comentarista Paulo Figueiredo Filho.
"Eu não conheço um sentimento de solidariedade maior do que você deixar de trabalhar e, portanto, deixar de ganhar o seu sustento, para você brigar pelos direitos de todos nós", disse Paulo. "As pessoas têm o direito de estarem revoltadas".
O neto de João Figueiredo, último presidente da ditadura militar, ainda afirmou, sem provas, que o pleito presidencial não foi conduzido de forma justa.
Paulo Mathias, no entanto, manteve a opinião: "Eu chamei essas pessoas
que estão se manifestando de vagabundos e continuo com a mesma opinião.
Eu não estou de maneira nenhuma generalizando a classe dos
caminhoneiros, que é uma classe, como o Paulinho disse, que sustenta
esse país nas costas".