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Histórias clássicas

Infantis 'Saltimbancos' e 'Chapeuzinho Amarelo' ganham relançamento

Agência Estado
05 abr 2017 às 09:22

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Há quarenta anos, aprendemos que "o melhor amigo do bicho é o bicho" e que a exploração dos animais pelo homem não passaria mais desapercebida. Na mesma época, fomos apresentados a uma menina acanhada que descobriu que valia a pena encarar o tão temido lobo das historinhas e, assim, deixar para trás "o medo do medo do medo" daquilo que a paralisava.

Saltimbancos e Chapeuzinho Amarelo, os dois livros infantis de Chico Buarque e Ziraldo, estão sendo reeditados pela editora Autêntica na condição de clássicos da literatura para crianças no Brasil. Já foram vendidos mais de dois milhões de cópias, levando-se em conta as remessas para escolas e empresas e o varejo. O campeão é Chapeuzinho, de 1970, que Chico dedicou às suas filhas Luísa, Silvia e Helena e a outros pequenos, e que chega à sua 40.ª edição.

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Tanto o escritor quanto Ziraldo foram premiados: ainda com ilustrações originais de André Letria, o livro, em 1979, ganhou o selo de "altamente recomendável para crianças" da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil; em 1998, Ziraldo recebeu o Jabuti por seus desenhos.

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Já a fábula de Saltimbancos, inspirada em Os Músicos de Bremen, dos irmãos Grimm, alcançou o livro em 2007, numa comemoração dos 30 anos de sucesso da peça. A responsável pela união do texto de Chico e do traço e do colorido do pai do Menino Maluquinho foi a editora Maria Amélia Mello.

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À época na José Olympio, ela agora teve o aval dos autores para o relançamento dos dois títulos na Autêntica, da qual é editora. "Foi Ziraldo que deu a cara da Chapeuzinho que todo mundo conhece. Essa dobradinha nos dois livros foi muito oportuna, os textos têm humor e o Ziraldo trouxe mais ainda", ela analisa.


O livro dos Saltimbancos tem os diálogos e as músicas da peça. A adaptação de Chico para o disco infantil I Musicanti, dos italianos Sergio Bardotti (versionista do compositor para o italiano) e Luis Enriquez Bacalov, é bem mais conhecida como musical do que como livro. Em 40 anos, os temas Bicharia, História de Uma Gata e Todos Juntos Somos Fortes já circularam por palcos de todo o Brasil.
Só a atriz Maria Lúcia Priolli, que dirige a montagem em cartaz no Rio, tem 25 anos como a Gata. São mais de 2 mil apresentações, no teatro e em sessões em festas e em escolas. "Já encenamos para a classe A e em favelas, e a magia é a mesma. Ela vem das músicas e das temáticas: o respeito ao próximo, a cidade ideal com que a gente sonha. Todo pai e mãe têm vontade de passar isso para o filho. A peça não trata a criança de forma tatibitate", acredita a atriz e diretora. "Eu entro no palco e saio sempre melhor, mais feliz."


A saga do jumento, da gata, do cachorro e da galinha surgiu primeiro em disco, como relembrou Chico ao site Pecinha é a vovozinha!, do jornalista e dramaturgo Dib Carneiro Neto. "Eu trouxe da Itália as bases e propus à minha gravadora lançar um disco infantil. Toparam, ficava em conta. Havia pouco mercado para músicas infantis. Nem Xuxa tinha ainda. Era uma novidade aqui", contou, tendo como gancho os 40 anos da primeira encenação. "(O êxito) foi uma surpresa para todo mundo, até para os autores, porque o disco italiano não fez muito sucesso e não foi para o teatro. Aqui a história vingou, sabe-se lá por quê."

Os temas ganharam ainda mais brilho no formato sinfônico, com a Orquestra Petrobras Sinfônica. Lançado em CD, o espetáculo, com arranjos do violinista Mateus Freire, fez sucesso em temporada carioca, sob a regência do maestro Felipe Prazeres, e há planos de seguir viagem.


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