Políticos, religiosos, pessoas ligadas a igrejas, a movimentos conservadores ou simplesmente que se declaram contrários à descriminalização do aborto se reuniram, na tarde deste domingo (15), no cruzamento das avenidas Higienópolis com a Juscelino Kubitschek, para participar do Ato Pela Vida Contra o Aborto. A exemplo do que vem acontecendo em outras cidades brasileiras, o movimento vem ganhando força desde o final de setembro, após a então presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Rosa Weber, ter votado a favor da descriminalização do aborto quando o procedimento é realizado nas primeiras 12 semanas de gestação.
Em Londrina, à frente da organização do movimento estava o deputado federal Filipe Barros (PL-PR), que contou com o apoio de lideranças políticas e religiosas locais na divulgação do ato. Do alto do caminhão de som, o parlamentar chamava os convidados a se pronunciarem. Entre eles, representantes de igrejas evangélicas e católicas que em suas falas chamavam os manifestantes a refletirem o que teria sido da humanidade se a Virgem Maria não tivesse levado adiante a sua gravidez, impedindo assim o nascimento de Jesus Cristo.
Integrante da Comissão de Defesa da Criança, do Adolescente e do Nascituro da Câmara Municipal de Londrina, o vereador Claudinei Pereira dos Santos, o Santão (PSC), disse que o motivo principal da mobilização é para que haja uma separação entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. “O que estamos vendo no Brasil, infelizmente, é o STF que tem tomado o poder do Congresso Nacional e tem legislado sem ter a competência, como no caso do aborto, o infanticídio intrauterino”, afirmou. “O que a gente tem visto são pais e mães irresponsáveis que não querem adotar nenhum tipo de método contraceptivo e acabam engravidando e assassinando seus filhos no ventre materno e isso é proibido por lei no país.”
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A assistente social Flávia Renata Mizubuti fez questão de ir para a rua defender o seu posicionamento contrário ao aborto. “A gente luta pelos direitos das pessoas, dos cidadãos, e isso nos motiva. A vida é um direito. A gente protege a natureza, os animais, por que não o ser humano? Deixa seguir (a gravidez) até o fim e depois dá sequência. Se os pais estiverem em uma situação de vulnerabilidade e não puderem ficar com aquela criança, que seja encaminhada para alguém que possa, mas não interrompa a vida”, argumentou.
A descriminalização do aborto voluntário até o terceiro mês de gestação é objeto da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 442, proposta pelo PSOL em 2017 e que começou a ser julgada no último dia 22 de setembro em uma sessão virtual. Após o voto favorável da relatora, a então ministra Rosa Weber, o julgamento foi suspenso a pedido do ministro Luís Roberto Barroso e deverá continuar em sessão presencial no plenário, em data a ser definida.
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