Com texto e direção de Julia Spadaccini e Clara Kutner, direção de produção de Claudia Marques, o espetáculo “Meu Corpo Está Aqui", da companhia Fábrica de Eventos, Rio de Janeiro, será apresentado neste domingo (9) e na segunda-feira (10), às 20h, na Divisão de Artes Cênicas da UEL, dentro da programação do Festival Internacional de Teatro - FILO.
Vencedor do Prêmio FITA (Festa Internacional do Teatro de Angra), APTR (Prêmio Especial da Associação dos Produtores de Teatro) e indicado ao prêmio Shell de Teatro, a proposta da obra é promover uma reflexão coletiva sobre o direito à visibilidade de pessoas com deficiência. A dramaturgia é baseada nas experiências pessoais do próprio elenco, formado por atores e atrizes PCD (pessoas com deficiência).
No palco, Bruno Ramos, que é surdo, Juliana Caldas e Pedro Henrique França, pessoas com nanismo, e Rafa Muller, que tem paraplegia e é usuário de cadeira de rodas, falam abertamente sobre seus relacionamentos, seus corpos e seus desejos. Complementa o elenco o ator-intérprete de LIBRAS Jadson Abraão.
Em uma mistura de depoimentos ficcionalizados por Julia Spadaccini, também pessoa com deficiência (surda oralizada), e Clara Kutner, o espectador é levado a participar desse jogo entre pulsões e obstáculos que se apresentam nas descobertas e nas experiências de afeto e sexualidade em corpos PCDs.
“Esse projeto é uma realização pessoal muito grande tendo em vista que, em 20 anos escrevendo teatro, pela primeira vez faço uma dramaturgia voltada para uma questão que também me inclui. Ser uma autora PCD e estar num projeto onde todos em cena também são, é uma vivência de vasta inclusão”, comenta Julia Spadaccini. “A peça vem para jogar luz, justamente, nessa grande invisibilidade que acomete o corpo com deficiência, seus desejos, amores e sexualidade”, acrescenta.
“O nosso corpo é um importante veículo de comunicação. É através dele que expressamos nossos desejos, nossas angústias e nossas satisfações. Estar com o corpo presente e pleno é fundamental para se sentir segura e potente. Seja qual corpo for, de que forma for, de que tamanho for. O corpo é a nossa identidade, a nossa assinatura visível”, complementa a diretora de produção Cláudia Marques.
Marques considera que os prêmios recebidos são o reconhecimento da crítica especializada para o trabalho. "São para além de ser um espetáculo inclusivo feito por atores PCDs e valorizam o trabalho artístico desta equipe.
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