Um espectador do show do Alok no Rock in Rio relatou no Twitter que lasers teriam danificado a câmera de seu celular. O post, que viralizou, tem uma foto da apresentação que aconteceu na sexta (3), com a legenda "Última foto antes do laser do Alok queimar a câmera do meu iPhone. Que ódio".
O artista falou sobre o assunto em vídeo no TikTok. Ele diz que os feixes de luz de fato podem queimar a câmera do celular, e é por isso que as luzes ficam apontadas para cima durante o show.
"Senão ia queimar o celular da festa inteira e aí ia ser um prejuízo gigantesco", afirmou. "Então é isso aí, fake news. A não ser que ele estivesse na tirolesa, né."
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A equipe de Alok declarou que toda a estrutura do show foi previamente testada e aprovada pelos órgãos competentes. "Os feixes dos canhões de laser tinham uma angulação acima do nível do público o que impedia contato direto com a retina ocular ou as câmeras de celulares."
Também informou que o direcionamento das luzes precisa garantir a segurança das câmeras de transmissão do evento e que os relatos de que lasers teriam danificado alguns aparelhos eletrônicos possivelmente se tratam de "uma brincadeira na internet".
Veja o vídeo de Alok:
Vinicius Wenzel, proprietário da empresa responsável pelos lasers no show do Alok, diz acreditar que a postagem foi uma brincadeira. Ele afirma que, por padrão, o laser é apontado para cima da cabeça das pessoas, porque, caso contrário, a luz forte pode queimar os pixels da câmera.
Para Lázaro Padilha, professor do Instituto de Física da Unicamp, embora seja possível que isso tenha acontecido, é improvável. Isso porque depende de fatores como a potência do laser, o tempo de exposição direta do sensor da câmera ao feixe e a distância do usuário.
"Como a lente desvia o feixe de luz para os sensores da câmera, isso pode queimar alguns pixels. O contato da luz com os componentes gera calor, e o calor danifica", disse.
O uso da cor verde, como aconteceu no show, por exemplo, é uma forma de iluminar mais com menor potência -o olho humano é mais sensível a essa frequência do que a do vermelho.
Para um contato instantâneo com o laser queimar a câmera de um celular, ele precisaria ser mais potente, o que poderia trazer desconforto aos olhos humanos. Mas, caso o usuário estivesse perto dos equipamentos e usando o zoom do aparelho, a probabilidade de danificação é maior.
A Apple, fabricante do iPhone, e o autor da postagem não responderam até a publicação desta reportagem.
A Xiaomi informou que em ambientes externos ou internos, quando há uma fonte de luz extremamente forte, existe a possibilidade de danos ao sensor da câmera do smartphone.
A Samsung não se pronunciou, mas o manual do Galaxy S22 recomenda não expor as lentes da câmera a fontes de luz muito intensas, como a luz solar direta. "Não é possível reparar um sensor de imagem danificado, e as fotos irão apresentar pontos ou manchas", diz o documento.