O Festival Internacional de Londrina (Filo) recebe nesta segunda-feira (14), o espetáculo "Artaud, Le Mômo" da Taanteatro Companhia de São Paulo. A vida do dramaturgo, poeta, escritor e ator francês é o fio condutor dessa experiência teatrocenográfica com a performer Maura Baiocchi, paranaense de Sao João do Caiuá e hoje, uma das mais respeitadas e importante intérprete-criadora do Brasil. Essa é a terceira vez de Baiocchi no Filo: em 1997 veio ao Festival com o espetáculo "Frida Kahlo: uma mulher de pedra dá luz à noite", voltou em 1998 para o lançamento do livro comemorativo dos 30 anos de Festival e revê a cidade em 2017, acompanhada pelo universo de Antonin Artaud. O espetáculo começa às 20h30 e será realizado no Teatro Mãe de Deus, que fica na Avenida Rio de Janeiro, 700.
Também nesta segunda-feira, será apresentada a peça: Por que nem todos os dias são dias de sol? Se perguntarmos para uma criança sobre o amor, a liberdade, a vida ou o medo, quais seriam as respostas? Essa é a inspiração para o espetáculo da companhia Artesanal, que mistura várias linguagens em cena. Em quatro narrativas, o grupo vai mostrar o encontro de uma criança com a senhora idosa; a garota que vira um pássaro; o homem que conversa com os objetos do escritório, e a menina que engole uma semente e fica com medo de ter uma árvore crescendo na barriga. O espetáculo começa às 19h, no Teatro Ouro Verde, localizado na Rua Maranhão, 85.
Na terça e quarta-feira (15 e 16), às 19h, o espetáculo fica por conta do Grupo Morpheus Teatro de São Paulo. Berenice logo vai ganhar um irmãozinho e a novidade a leva a explorar novos sentimentos, pensamentos, medos, dificuldades e expectativas sobre os outros. Curiosa, a menina se encanta com o mundo, descobre que as pessoas sentem e pensam muitas coisas e, às vezes, tudo ao mesmo tempo. E se tudo isso ganhasse forma? Talvez exista algo de estranho quando a gente cresce e tenta entender as coisas. E agora, Berenice? Berenices será realizado no Teatro Mãe de Deus nas duas datas.
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Nesta terça e quarta (15 e 16), às 20h30, você vai poder conferir a peça "TOM - 208 beijos e abraçossemfim, da Marcos Damaceno Cia de Teatro, de Curitiba. Um homem em pedaços, ansioso por natureza e angustiado com as coisas do cotidiano e do mundo que o cerca. Tom vive entre o desejo e as dificuldades de construir uma história. Encontra refúgio em espaços mentais, com uma consciência repleta de confusões que o fazem sentir-se incapaz de realizar, mas não de compreender, com grande sensibilidade, a beleza que ainda existe no mundo. A peça será apresentada no Palco Petrobras, que fica na Avenida Celso Garcia Cid, 205.
Tom na fazenda, da ABGV Produções Artísticas do Rio de Janeiro, será apresentado na terça e quarta (15 e 16), às 21h, na Usina Cultural (Avenida Duque de Caxias, 4159). Uma fazenda, um funeral. Após a morte do companheiro, Tom se depara com o fato de nunca ter existido para a família do namorado. Nesse ambiente rural austero, ele cai numa trama de mentiras criadas pelo truculento irmão do falecido que tenta, a todo custo, esconder da mãe a orientação sexual de Tom. A fazenda, aos poucos, vira cenário de um jogo perigoso. Quanto mais os personagens se aproximam, maior é a sombra de suas contradições. O texto parte da sexualidade para falar de maneira ampla sobre as relações humanas.
Na quarta-feira (16), você vai poder conferir o espetáculo Leite Derramado, da Cia Club Noir de São Paulo. A apresentação começa às 20h30, no Teatro Ouro Verde. O centenário Eulálio D’Assumpção encontra-se abandonado numa maca em um corredor de hospital público. É o herdeiro de uma tradicional família que chegou ao país com a corte portuguesa: antepassados aristocratas, avô latifundiário escravagista, pai senador corrupto, neto guerrilheiro, bisneto traficante. Perdulário, alienado e contraditório, está agora falido e se defronta com a precariedade trágica de um sistema construído por uma elite rentista nacional, da qual sua família foi parte integrante.
Na quinta e sexta-feira (17 e 18), o Palco Petrobras vai receber o espetáculo Jacy, do Grupo Carmin de Natal (RN), às 20h30. Uma frasqueira encontrada no lixo, contendo fragmentos de vida de uma mulher de 90 anos. Como pano de fundo, acontecimentos importantes da história, como a Segunda Grande Guerra, a Ditadura Militar, conflitos políticos no Rio Grande do Norte. O espetáculo retrata um grande amor estrangeiro e o fim dos dias em solidão de uma mulher na grande cidade.
Também na quinta-feira, a Usina Cultural recebe, às 21h, o espetáculo Merci Camille, da Cia L2 de Londrina. Este trabalho foi concebido como um desafio estético, que parte da teatralidade percebida pelos atores nas composições das obras da escultora francesa Camille Claudel e em depoimentos coletados de suas cartas. Com este repertório, foi criada uma sequência de quadros, esboçados a partir do estudo e da linguagem corporal que a Companhia L2 vem desenvolvendo nos últimos anos. Formas, sentidos e situações que os atores assimilam pela visão e pelo tato para, em seguida, corporificar as intenções humanas e artísticas vislumbradas nas suas confissões. No palco, quadros estáticos se tornam dança; esculturas ganham vida.
Para começar o fim de semana, o espetáculo Black Off, de Ntando Cele / Manaka Empowerment Productions da África do Sul/Suíça, vai ser apresentado às 19h, na sexta e sabado (18 e 19), no Teatro Mãe de Deus. O espetáculo da atriz Ntando Cele ativa reflexões e afetos sobre a humanidade. Com grande potência cênica e em tons ácidos, a primeira personagem, Bianca White, reproduz sucessivos clichês ligados ao preconceito racial. No palco, o pensamento racista vai se revelando como essencialmente uma construção histórica que limita a visão do outro como parte da experiência social.
Também na sexta-feira, às 19h30, o Centro Cultural SESI, localizado na Praça Primeiro de Maio, 130, vai receber Grazzi Ellas, do curso de Artes Cênicas-UEL. A performance Grazzi Ellas traz para o palco a dura realidade de violência e transfobias. Baseada em fatos reais, o espetáculo denuncia a invisibilidade legitimada socialmente. O corpo trans, moldado pelas violências sociais, mostra sua resistência cotidiana através da história de Grazi, londrinense que foi vítima de um crime hediondo e transfóbico, tornando-se mártir da militância trans na cidade.
No sábado e domingo (19 e 20), às 21h, em um ambiente onírico, três histórias abordam temas ásperos como o racismo, a homofobia, o menosprezo por pessoas consideradas invisíveis. Mas há também espaço para o amor, seja como alento ou reivindicação. Esse é o fio condutor do espetáculo "Gritos", que sem uma única palavra apresenta um forte posicionamento sobre assuntos urgentes em nossa sociedade. A apresentação será no Teatro Ouro Verde.
No sábado, a Usina Cultural recebera o Grupo Vocal Entre Nos com O Grande Circo Místico, às 21h. O espetáculo já está esgotado. O grupo vocal Entre Nós volta aos palcos com uma nova montagem de "O Grande Circo Místico". "Ciranda da Bailarina", "Beatriz", "Na Carreira" e "A História de Lily Braun" são algumas das canções deste espetáculo cênico-musical que brinda o público com uma trilha musicada por Chico Buarque e Edu Lobo. Sob coordenação musical de Monique Kodama e direção cênica de Silvio Ribeiro, nesta releitura os personagens ganham vida em meio a arranjos para grupo vocal e arranjos exclusivos de Celso Branco.
No domingo (20), o espetáculo O Galo, do OCO Teatro Laboratório de Salvador/BA, será no Palco Petrobras, às 19h30. Um galo de briga, herança de um filho morto, é um símbolo da luta do dia a dia, das ausências, verdades e incertezas de uma família. O animal também é a esperança que se mantém viva com muito sacrifício. Inspirada na obra "Ninguém Escreve ao Coronel", de Gabriel García Marquez, e no universo do escritor colombiano, a montagem mostra como duas pessoas se unem para sobreviver a situações extremas, se debatendo constantemente entre a razão e a paixão, entre a necessidade de subsistir e a memória do ser amado.
E também no domingo a peca Para Não Morrer, do Espaço Cênico, de Curitiba, será realizada na Usina Cultural, às 21h. Nena Inoue, no seu primeiro solo de uma carreira de quase 40 anos de teatro, leva para o palco histórias de luta e resistência de mulheres de ontem e de hoje, reunidas em uma só voz: uma mulher sentada na história, afirmando que lembrar é resistir, que a vida é uma experiência motivava pela insistência e pela memória. Diferentes lugares, vidas e momentos históricos se mesclam em uma voz que tem urgência em dizer e a coragem de contar.
Confira a programação completa do Filo, que segue até o dia 27 de agosto, neste link!
Serviço:
Festival Internacional de Londrina – FILO 2017
De 11 a 27 de agosto
Realização: Associação dos Amigos da Educação e Cultura Norte do Paraná e Universidade Estadual de Londrina
Patrocínio: Petrobras, Governo Federal, Prefeitura de Londrina / Secretaria Municipal da Cultura / Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic), Caixa Econômica Federal, Unimed.
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