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'Sex and the City' vai voltar, mas 2021 já esqueceu o cosmopolitan e o salto alto

Folhapress
12 jan 2021 às 17:01
- Divulgação
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O seriado "Sex and the City", sucesso estrondoso da virada do milênio, vai ganhar uma continuação de dez episódios batizada "And Just Like That...", como confirmou a HBO no fim de semana (09). Mas não é só o nome que muda para a história de Carrie Bradshaw, papel de Sarah Jessica Parker, e sua turma de amigas.


Os muito aguardados novos episódios, ainda sem data de estreia anunciada, chegarão embalados por grandes transformações estruturais. Primeiro, porque os tempos são outros, e será preciso atualizar a abordagem do final da década de 1990 para que a série não se torne antiquada. Segundo, porque o famoso quarteto deve virar trio, com a ausência da atriz Kim Cattrall, que fazia o papel de Samantha Jones.

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Exibida entre 1998 e 2002, "Sex and the City" foi um dos fenômenos culturais da virada do século, mas desde essa época já recebia críticas pela predominância de protagonistas brancas no elenco.

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Ainda não se sabe se haverá mudanças na política de diversidade da série, mas, a depender do posicionamento público das atrizes, é improvável que o erro se repita.

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Além de já terem se mostrado receptivas a essa crítica, tanto Sarah Jessica Parker, quanto Kristin Davis, que interpreta Charlotte York, usaram redes sociais para manifestar apoio ao movimento Black Lives Matter.


"Essa marcha histórica em direção à justiça e à igualdade, esse movimento imparável em seu nome e incontáveis outros está vivo e é uma pulsação coletiva muito mais forte do que o medo que resiste a essa mudança inevitável e há muito esperada", publicou Parker no dia em que George Floyd, homem negro que morreu, devido a ação de um policial branco, foi enterrado.

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Cynthia Nixon, que interpreta o papel de Miranda Hobbes, também deu declarações de apoio à luta por justiça social em entrevistas. Mas é especialmente em relação a questões de gênero, que ela pode dar a maior contribuição à série – que também deixa a desejar nesse tema.


Em 2004, dois anos depois do fim de "Sex and the City", a atriz se assumiu gay publicamente e tem sido uma defensora dos direitos LGBTQIA+ desde a transição de gênero do seu filho. Mais politizada entre as quatro, ela ainda chegou a ensaiar uma candidatura ao governo do estado americano de Nova York.

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Outro aspecto que vai precisar ser enfrentado é sobre a retratação da mulher. Mesmo tendo quebrado importantes tabus da década de 1990, ao mostrar mulheres independentes falando sobre relações casuais, promiscuidade e ambição pessoal, a série foi desaprovada por algumas pessoas ao exagerar na veia fútil, elitista e exageradamente consumista das personagens.


Até o momento, fica incerto se "And Just Like That..." vai conseguir se impor aos desafios de atualizar uma série quase três décadas mais tarde.

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O que é certo, porém, é que Kim Cattrall não estará ali para fazer o papel da fogosa Samantha Jones. Desde que o programa chegou ao fim, a atriz passou a dar pistas de que não se dava bem com o restante do elenco. Durante um programa de TV, ela chegou a dizer que o relacionamento com as colegas havia se tornado tóxico e disse que elas "nunca foram amigas".


Os atritos ficaram ainda mais expostos quando Sarah Jessica Parker, que interpreta Carrie Bradshaw na série, mandou mensagens de condolências pela morte do irmão de Cattrall, que respondeu em sua rede social "eu não preciso do seu amor e apoio neste momento trágico, Sarah Jessica Parker".

Ainda não há uma confirmação oficial sobre a ausência de Kim Cattrall em "And Just Like That..." , mas, no Instagram, Parker respondeu a um comentário validando a história. "Não. Eu não odeio ela. Eu nunca disse isso. Nunca diria. Samantha não faz parte dessa história. Mas ela sempre será parte de nós. Não importa onde estejamos ou o que façamos", publicou.


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