É normal que em uma relação entre uma pessoa e seu ídolo, pessoa famosa ou de status mais elevado haja um carinho e admiração e, até mesmo, um desejo romântico. Entretanto, quando esse desejo se transforma em um delírio romântico, a ponto de a pessoa passar a acreditar que uma relação entre os dois existam, isso passa a ser um problema.
A nova série da Netflix, "Bebê Rena", vem causando essa discussão entre especialistas, que apontam a possibilidade da personagem principal Martha possuir uma síndrome psicológica rara, chamada de Erotomania - ou delírio romântico.
Essa síndrome é carcaterizada por fazer com que a pessoa que a possua tenha convicção de que uma outra pessoa, normalmente um famoso, uma celebridade ou alguém de uma classe social elevada em relação a dela, é completamente apaixonada por ela. Dentro dessa perspectiva, a pessoa com Erotomania apresenta aspectos de delírio romântico intenso em relação ao outro.
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A Erotomania é rara e multifatorial, estando diretamente ligada com questões genéticas. Pode se agravar ao longo do tempo caso a pessoa seja exposta a situações de estresse psicológicos graves, extremos e intensos. A pessoa com a síndrome sofre grandes impactos em sua vida, já que acaba perdendo o sendo críticos do limite entre o que é saudável e permitido em relação a pessoa que se tornam objeto de seus desejos.
Qualquer pessoa pode ser afetada, considerando que as causas podem variar de acordo com a predisposição psicogenética de cada um. Ainda, fatores como traumas na cabeça, abusos na infância, esquizofrenia, negligência na infância ou doenças de cunho psiquiátrico podem servir de agentes para o desenvolvimento da síndrome.
Na série, a personagem de Martha apresenta um comportamento impulsivo motivado pelo delírio romântico intenso, alimentado em relação ao personagem Donny, o qual ela acredita que seja apaixonado por ela. Assim, especialistas apontam que ela pode sofrer de Erotonomia.
A maior dificuldade, porém, aparece na hora do diagnóstico, portanto, é importante reparar em características marcantes da síndrome, como o fato de que, normalmente, o erotomaníaco acredita que a pessoa que deseja está sempre dando sinais de que retribui o interesse, mesmo que nem se conheçam. Além disso, é importante reconhecer a idolatria excessiva e o fato de que o erotomaníaco se mantêm muito reservado, não se relacionando sexualmente com ninguém por estar se guardando para o seu amor.
Ao observar os portadores da síndrome, é possível dizer que essa idolatria excessiva parte de uma necessidade de ser notado, cuidado, amar e ser amado. Por isso, o tratamento precisa ser focado na identificação de gatilhos e crenças enraizadas que levam essa pessoa a fantasiar um amor romântico com uma pessoa que, muitas vezes, nem a conhece.
Um resultado positivo do tratamento depende da colaboração entre a psicoterapia individual, o suporte de uma rede de apoio e a intervenção medicamentosa com antipsicóticos. Vale destacar que o sucesso da abordagem terapêutica depende do afastamento do objetivo de delírio romântico, com todos os acessos de informação do erotomaníaco à pessoa anulados.