Nunca é fácil ser novato. Imagine, então, chegar a uma série que já tem três temporadas de sucesso e fãs espalhados pelo mundo todo. Foi o que aconteceu com Carla Díaz, 22, em "Elite", cuja quarta temporada estreia nesta sexta-feira (18) na Netflix.
Homônima da brasileira que participou da edição mais recente do Big Brother Brasil (Globo) e de quem ela diz já ter visto fotos na internet, a atriz espanhola confessa que está nervosa com como o público vai receber sua personagem, Ari. "Dá vertigem", afirma Díaz, em entrevista exclusiva ao F5.
"O que posso dizer é que me senti muito confortável nas gravações", avalia. "Eu ia lá fazer o meu trabalho e tentava fazer da melhor maneira possível. Se as pessoas gostam mais ou menos dela, não vai depender de mim."
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Ela conta que, inclusive, preferiu se afastar um pouco das redes sociais para conter a ansiedade. "Não estou entrando muito para não enlouquecer", conta. "Existem opiniões de todos os tipos, então achei melhor para a minha saúde mental tentar não me afetar tanto por isso, nem pelo positivo, nem pelo negativo."
O que a ajudou um pouco foi ter sido bem recebida pelos colegas que já estavam no elenco havia mais tempo. "Eu me senti muito bem-vinda desde o princípio", diz Díaz. "Mesmo com a pandemia e os protocolos sanitários, com as gravações noturnas e com o calor que passamos, eu me diverti muito e sou muito grata."
Além disso, ela não é a única novata no elenco. Ari, sua personagem, chega acompanhada. Ela é a filha do novo diretor do exclusivíssimo colégio de Las Encinas, onde ela conhece os remanescentes do elenco antigo. Os irmãos dela, Patrick (Manu Ríos) e Mencía (Martina Cariddi), passam a frequentar os mesmos ambientes.
"Desde o primeiro momento, criamos uma conexão muito forte", diz Díaz sobre os colegas. "Quando começamos a gravar, já tínhamos ficado amigos. Foi muito bom poder viver essa experiência com eles. Fez eu me sentir menos sozinha."
Mas, afinal, como é a Ari? "Ela é uma garota muito interessante, porque tem muita dualidade", explica a intérprete. "Ela tem o racional e o emocional muito fortes, mas raramente traz à tona ao mesmo tempo. É uma coisa ou a outra."
"Normalmente, é a parte mental que predomina", continua. "Ela é controlada pela mente, então é muito perfeccionista e competitiva. Mas quando a parte emocional está jorrando, ela explode e é muito divertido."
Díaz admite que não foi fácil chegar à personagem. "Foi difícil de construir. Ela podia ser levada para muitas direções. Eu me reuni diversas vezes com a direção para entender aonde íamos levá-la. Fomos fazendo isso, aos poucos, com a ajuda de vários departamentos."
Entre esses departamentos, estavam o de figurino e caracterização. "As roupas, a maquiagem e o cabelo contribuem muito para a aparência da personagem e, portanto, para a essência dela", avalia. "Foi quando me senti apoiada e que estávamos indo todos na mesma direção. Surgiu uma bela personagem."
Por falar em caracterização, a atriz conta que não estava acostumada às roupas luxuosas, joias caras e ao salto alto que são característicos de Ari. "No começo, eu me sentia um pouco fantasiada. Tive que mergulhar um pouco nisso para não me sentir estranha na gravação."
"Comecei a me vestir mais elegantemente, a usar mais joias e salto para naturalizar e ir me acostumando com a roupa", conta. "Antes eu era mais largada (risos)."
Na trama, Ari vai se envolver com Guzmán (Miguel Bernardeau), que até a temporada passada fazia par com a personagem de Nadia (Mina El Hammani). Um dos casais mais queridos da série, os dois tentam manter um relacionamento à distância depois que a personagem dela ganha uma bolsa e vai estudar em Nova York.
Díaz diz que vai entender se algumas pessoas amarem odiar a personagem dela por atrapalhar relacionamentos que já estavam estabelecidos. "É normal que isso aconteça", avalia. "Eu também fui espectadora de séries e filmes em que torcia para o casal que começou junto permanecer assim. Mas espero que os enredos sejam compreendidos, pois, isso, vai significar que fizemos um bom trabalho."
"A parte mais mental de Ari encaixa muito bem com Guzmán, e eles se entendem bem nessa dimensão", avalia a atriz. Contudo, ela também vai ter uma quedinha por Samuel (Itzan Escamilla), bolsista e que trabalha como garçom, ou seja, não é o que ela sonhou para si.
"Quando a parte emocional vem à tona, Ari sente algo por Samuel que não consegue controlar, o que também é muito bonito", explica. "Ela se abre para ele de uma forma que ela não se abriu para quase ninguém."
Essa parte da personalidade da personagem, em geral, aparece apenas quando ela bebe e acaba relaxando mais do que gostaria. "Foi muito divertido, são as minhas partes favoritas", afirma a atriz. "Ela fica mais próxima de mim nessas sequências. Quando a Ari se permite, eu posso apenas me deixar levar, adoro isso."
Em pelo menos uma dessas ocasiões, ela terá uma cena apimentada, uma das marcas registradas da série. "Fiquei mais nervosa porque era algo que eu nunca tinha feito", confessa ela. "Porém, desde o primeiro momento, eles deixam muito claro que faria até onde quisesse, que se não estivesse feliz com o plano ou com alguma proposta, em mostrar mais ou menos o corpo, poderia dizer. Você se sente cuidado e apoiado a esse respeito."