Disfarçando as evidências acerca da história que realmente quer contar, "As Aventuras de José e Durval" chegou ao Globoplay na sexta-feira (18), sob um título cifrado, que diz pouco sobre a trama. O nome pode até negar aparências no episódio inaugural, mas basta que as crianças protagonistas comecem a cantar no segundo capítulo para o espectador ver tudo com clareza.
"É o inhambu-xintã e o xororó", entoam José e Durval com o violão na mão, se adiantando ao batismo que, mais à frente, os transforma em Chitãozinho e Xororó. Isso só vai acontecer lá para o meio da série, que recupera a trajetória de uma das duplas mais importantes da música brasileira, no rescaldo das comemorações de seus 50 anos de carreira.
É curioso que "As Aventuras de José e Durval" não leve no título os nomes famosos, capazes de atrair um público fiel às vozes de "Evidências", ainda mais num momento em que toda uma geração parece ter redescoberto sua música de raiz. Por outro lado, foi uma maneira de afastar a produção do universo puramente sertanejo, ainda visto com certo preconceito.
"Eu não queria fazer algo de nicho, não queria usar o nome, o cabelo, a imagem deles, para que os meus amigos roqueiros não vissem a série. Eles [Chitãozinho e Xororó] são enormes, mas para mim não era suficiente", diz Hugo Prata, que já se debruçou sobre um medalhão da música brasileira na direção do filme "Elis", sobre Elis Regina.
"E eu queria que a série fosse divertida. Era importante dar um norte para quem chegava ao projeto, dar o espírito da coisa", completa, afirmando que queria se apropriar do tom lúdico e sentimental de histórias como "As Aventuras de Tom Sawyer" e "As Aventuras do Barão de Münchhausen".
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