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Resenha do Bonde

‘Quarteto Fantástico’ é uma família com muito potencial, mas que ainda engatinha

Lucas Giroto - Estagiário*
07 ago 2025 às 13:45

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Mais uma vez, a família mais famosa da cultura pop retorna às telonas, com sua terceira encarnação - desconsiderando a versão de 1994 que, tecnicamente, nunca foi lançada oficialmente. Quarteto Fantástico: Primeiro Passos é a introdução da super família ao UCM (Universo Cinematográfico da Marvel), mesmo que, por enquanto, ainda se passe em um universo alternativo, onde os heróis apresentados pelo estúdio nos últimos 17 anos não fazem parte.

Esse novo caminho para a Marvel é um respiro, pois assim a trama ganha independência e não precisa amarrar todas as pontas dessa hiperconectada teia de filmes e séries. Trazendo, nesta nova versão, um mundo retrofuturista belíssimo e rico visualmente, mas raso em profundidade narrativa e pouco explorado.

Assim como deve ser, o foco narrativo do roteiro é a família, seja com os quatro protagonistas ou o planeta, como um todo. Porém, qualquer tipo de conflito apresentado entre o quarteto e a população é facilmente resolvido com discursos motivacionais simples e soluções absurdas - mesmo para um filme onde há entidades cósmicas.

Essa dissonância entre absurdo e simplismo gera uma quebra na verossimilhança entre a obra e o espectador, que questiona a declarada super inteligência dos personagens. A mensagem é bonita e a intenção positiva, mas a construção pode levar algumas pessoas a seguir por trilhos que mais tiram a imersão da história do que agregam à ela.

O coração do longa está nos integrantes da superfamília, estrelado por um elenco com nomes de destaque em Hollywood atualmente. Temos um grupo que vende muito a união de ser algo mais, não uma equipe de herois que se uniu apesar de suas diferenças para salvar o mundo ou uma improvável combinação de foras da lei espaciais. Dessa vez, o laço já era forte antes mesmo dos poderes serem adquiridos. 

Isso tudo, contado em um flashback rápido e objetivo de introdução, algo que poupa a necessidade de se recontar, pela terceira vez, essa história de origem popular e avançar para um capítulo mais a frente, com os personagens já estabelecidos e familiarizados com suas habilidades.

Reed Richards ou Senhor Fantástico (Pedro Pascal) é, talvez pela primeira vez, um cientista com QI altamente avançado, o peso de sua inteligência e as decisões rápidas que seu personagem tomam fazem com que ele receba o título de gênio. Mas, nem sempre, há momentos em que todo esse intelecto dão uma ‘escorregada’ - talvez pela desculpa de ser um cientista e não estrategista, essa possível ‘passada de pano’ resolveria tal dilema -, criando mais problemas e mudando estratégias que parecem criar momentos ‘Trapalhões’.

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Um combate de gerações, ‘F1: O Filme’ é um poderoso tributo ao universo do automobilismo
Atrás de um volante é quando uma pessoa consegue atingir velocidades que o ser humano não foi concebido para sustentar, mas essa barreira biológica é rompida toda vez que alguém controla um Fórmula 1.


Sue Storm ou Mulher Invisível (Vanessa Kirby) assume como a responsável pela família, além dos seus poderes de invisibilidade e campo de força, uma habilidade nata da personagem é sua espetacular capacidade de negociação, resolvendo todo e qualquer tipo de conflito global ou familiar, somente na base da lábia. Ao mesmo tempo em que lida com essa situação, de escala cósmica, estando grávida e tendo de assumir esse papel de “super-mãe”.

Ben Grimm ou Coisa (Ebon Moss-Bachrach) é o ‘tio legal’ e de bom coração da família, com quase nenhum conflito sobre ter sido o único do grupo que teve sua aparência totalmente modificada, esta nova versão do personagem parece já ter feito muitas sessões de terapia e conseguiu se resolver internamente - há alguns momentos de ‘recaída’, em que o olhar no reflexo parece abalar sua confiança.   

Johnny Storm ou Tocha Humana (Joseph Quinn) é de todos o mais esquecível, suas piadas e charme são abafados e toda a luz do personagem parece ser ofuscada em uma versão sem brilho, que se afoga em uma sub-trama mal abordada que tenta agregar uma inteligência a um heroi que é mais marcante por seu carisma. O uso dos seus poderes não acende a explosão que poderiam alcançar, preso, na maior parte do tempo, a voar atrás de alguém ou para algum lugar. 

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O colossal antagonista do filme, Galactus: o devorador de mundos, enche a telona e vibra cada cadeira da sala de cinema com sua imponência, aparecendo pela primeira vez em toda sua glória visual e fidelidade à versão original dos quadrinhos. Sua ameaça é tão forte que força a mente mais brilhante do planeta terra a decidir pela fuga do que um combate direto. 

Quanto à sua arauto, a Surfista Prateada, seu visual e cenas de ação são belissimas, realmente ‘surfando’ pelo espaço, seja em buracos de minhoca ou negros não há lugar em que sua prancha não consiga alcançar. Mas, quanto ao desenvolvimento de suas ações, há uma resolução que destoa da lógica, buscando uma redenção que estava com a bola pronta para ser levantada, só que quando esse momento chega o impacto é frio e simples demais. Utilizando argumentos genéricos para convencer a personagem de que ‘devorar’ aquele planeta seria algo cruel, a lógica não faz sentido quando o argumento é utilizado contra a pessoa que escolhe qual mundo Galactus irá devorar e, portanto, a mesma pessoa que escolheu a terra para tal propósito - mesmo com múltiplos planetas no sistema solar disponíveis no cardápio.

O resultado completo da obra é um filme que consegue entregar - finalmente - o sentimento de família em uma adaptação do primeiro supergrupo da Marvel Comics, são personagens que irão se desenvolver cada vez mais no universo expandido, assumindo lugares de destaque no panteão das novas fases do estúdio. Seu vilão tem o potencial de assumir o vago posto deixado por Thanos, na saga do infinito, construindo aos poucos uma ameaça que reúne todos os herois novamente para mais um super filme-evento - como Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato.

Mas, todos esses pontos são para o futuro, no momento, o que temos de Quarteto Fantástico: Primeiros Passos é exatamente aquilo que está em seu título, personagens que engatinham em um gigantesco universo através de um filme razoável, que entrega pontos de muita qualidade em construção visual e da maioria de seus personagens, mas a narrativa é básica e apressada, chegando a conclusão muito cedo e com um roteiro interessante, mas falho em muitos momentos.

*Sob supervisão de Guto Rocha - Editor do Portal Bonde

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