Selo fonográfico se dedica à produção de LPs de bandas da cidade com o propósito de inserir a música local no mercado crescente deste formato no Brasil
A cena musical de Londrina (PR) sempre foi movimentada e inventiva desde as primeiras décadas de sua fundação. Entretanto, pouquíssimas vezes teve iniciativas exclusivamente dedicadas à produção e distribuição da música produzida na cidade. Com esta missão, surge a Vermelho Discos, selo fonográfico criado pelos músicos Lucas Ricardo e Teixeira Quintiliano. Os amigos e companheiros de palcos de longa data se reuniram em 2021 com o objetivo de resgatar a produção de discos de vinil de bandas e artistas locais e agora, em 2022, lançam os dois primeiros títulos do selo: “Hungry Shark”, da banda Búfalos D’Água, e “Apocalypsed”, da banda Subtera. Os LPs podem ser adquiridos pelo site www.vermelhodiscos.com.br ou na loja Malucas Discos (R. Piauí, 191 - sala 75 - Centro).
Lançamentos
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Com o intuito de lançar LPs personalizados às propostas artísticas de cada banda, a Vermelho Discos lança títulos já editados em outros formatos, como é o caso de “Apocalypsed”, do Subtera, mas também aposta em álbuns inéditos, como o disco da banda Búfalos D’ Água, intitulado “Hungry Shark” e recém-lançado entre o fim de novembro e o início de dezembro de 2022.
"Hungry Shark" é o sexto álbum de estúdio do Búfalos D’ Água, banda de surf music de Londrina (PR) que completa 25 anos em 2022. O quarteto, formado por Marcelo Galvan (baixo), Lucas Ricardo (bateria), Almir Rogério (guitarra) e Fábio da Cunha (sax), chega a este disco com 10 faixas inéditas lançadas pela Vermelho Discos em vinil colorido, com um encarte comemorativo recheado de cartazes e flyers de shows realizados em duas décadas e meia de história. “Hungry Shark” foi gravado no Bergman Studio e produzido por Gustavo Di Lorio.
"Apocalypsed" é o terceiro e último álbum do Subtera, power trio de grind/metal de Londrina (PR) formado por William Fernandez (vocal e guitarra), Patrick Sagioratto (baixo e vocal) e Waldner Fernandez (bateria). O disco, lançado originalmente em CD no ano de 2005, retorna numa reedição especial da Vermelho Discos para vinil colorido de 180 gramas, que inclui pôster, encarte com fotos inéditas e resenha publicada na época de seu lançamento. A versão para LP foi remasterizada por Marco Aurélio Silva no estúdio Toque Grave em março de 2022.
Produção
O selo londrinense transforma em disco o trabalho musical realizado na cidade e o distribui no mercado fonográfico especializado no formato vinil, entretanto as demais etapas que compõem este processo, como a gravação e a produção das faixas, são de total responsabilidade dos artistas de seu catálogo. “O nosso core business é lançar os álbuns em LP, então focamos na masterização do trabalho para este formato, cuidamos de todos os detalhes referentes à sua confeção nas fábricas que contratamos para a prensagem dos discos e depois organizamos e executamos a logística de distribuição”, explica Teixeira Quintiliano.
Atualmente, os custos de produção dos discos de vinil no Brasil são mais altos quando comparados aos de outros formatos, como o CD e a fita cassete, que recentemente ganhou o interesse novamente de colecionadores e de empresas que voltaram a fabricá-las no país. “A matéria-prima toda é importada, há alta incidência de impostos sobre a mercadoria e, apesar de nos últimos anos o mercado de discos de vinil brasileiro ter crescido, ainda há poucas fábricas para atender a demanda, então os prazos de produção são longos e o custo final para os colecionadores se torna mais alto do que em outros países”, detalha Lucas Ricardo.