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DJ Dubodd lança novo EP de música eletrônica independente

09 dez 2020 às 10:55

O DJ Dubodd lança uma produção eletrônica independente com três faixas feitas para serem ouvidas de uma só vez, como num show de grindcore, sem pausas ou intervalos. No EP Stalo, o artista aposta em um trabalho montado como uma peça de teatro dividida em atos.


Influenciado por artistas como Racionais, DEAFKIDS e Iggor Cavalera (Sepultura), o produtor musical diz que "stalo" é uma baguncinha boa de grindcore, techno e break. O lançamento nas plataformas digitais está marcado para 11 de dezembro.



Faixa a Faixa


idontwannabe


virtual: traz a pergunta sobre o que você não quer ser. Como é possível criar novos jeitos de se viver, sem se tornar máquina? Como cortar as raízes de heranças malditas? Falo isso sobre uma realidade brasileira sentimental e ingênua, raivosa e cega. Falo sobre aquilo que não quero ser nesse caótico estado em que habitamos.


real: nasceu de uma pesquisa no Bandcamp, ouvindo o som das bandas Individual Distortion (Jakarta, Indonésia) e Cätärro (Mossoró-RN). Particularmente, encontrei um show do Obscene Extreme Festival (Trutnov-Chéquia) onde o vocalista da banda Cätärro canta "i don't wanna be a fucking robot… i don't wanna be a fucking machine”. Foi daí que tirei um dos samples. Já o sample da bateria vem de uma música do Gerson King Combo: Mandamentos Black, que me lembrou muito um ritmo de hardcore. Com eles eu somei um blast beat, um noize e mais um sample do break clássico do drum n bass.


stalo
virtual: é tempo de calma, de tomar um ar pra fazer a travessia. É a reflexão que te ajuda a despertar da alienação. É um não pra rotina desgastante que pede o nosso trabalho por 24 horas, durante 7 dias da semana. A epifania e o movimento que te acorda do pesadelo. Tem distopia e utopia pra encarar, dê um estalo em seu tempo, o presente vai rachar. A memória precisa ecoar.


real: um breakbeat com um quê de eletro, só que com uma pegada mais suja. Entra no kick e deixa o som guiar. Tem caixa e eco pra ajudar. stalo traz bastante influência do Martineli, artista da Mamba Negra Records, principalmente da música "Martírio”, lançada numa coletânea da Yellow Islands Records. A real é que essa música foi pensada pra ser um som para os Bboys e Bgirls dançarem. Pra convocar pra pista, pro combate, pra liberdade. Ela é experimentação, sintetizadores e ruídos, trabalho.


afuckingmachine
virtual: se rodar muito na esteira, pode virar máquina. Tudo que é inanimado descolora. Tem pele de polietileno e cabeça nas nuvens. Olhos nas câmeras e ouvidos nos fones. Uma porra de máquina com uma longa história de um passado mal resolvido, que precisa atualizar o presente pra provar um futuro com mais sabor.

real: é a faixa irmã de idontwannabe. o sample de afuckingmachine também surge do mesmo vídeo da banda Cätärro, no show do Obscene Extreme Festival. Ambas as músicas são grindcore, mais curtas que stalo. Só que afuckingmachine vai mais pro techno, que geralmente é mais longo. E foi trazendo uma longa história do techno, pro tempo de um grindcore, que essa faixa surgiu. Passado, presente e futuro foram realinhados. Experimental. Experimentei.


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