A brasileira Gabriela Dalcin, 19, está bem próxima de realizar o sonho de ser uma artista internacional. Ela é uma das finalistas do concurso que vai eleger a nova integrante do grupo feminino de K-pop Blackswan, um dos mais famosos da Coreia do Sul. A data da final do concurso ainda não foi anunciada, mas a expectativa é que aconteça no meio deste ano.
Gabriela foi uma das escolhidas entre 4.000 candidatas ao posto de quinta integrante do grupo e, agora na final, disputa a vaga com a indiana Sriya Lanka, 18. A brasileira conta que ficou sabendo do concurso pelas redes sociais da DR Music, empresa responsável pelo grupo. "Como venho praticando minhas habilidades desde pequena, já estava preparada quando a audição foi anunciada, além de ter atualizado previamente o material para enviar."
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Desde dezembro, a brasileira trocou a vida de estudante universitária em design gráfico, em Florianópolis, Santa Catarina, pela Coreia do Sul. No país asiático, ela divide o tempo entre aulas de coreano e treinamento de dança e canto, em uma rotina intensa que começa de manhã e termina à noite. "Os treinamentos estão sendo muito difíceis e cansativos, mas como este é o meu sonho e estou quase chegando a ele, tem realmente valido a pena."
A cantora diz que um dos maiores desafios que tem enfrentado é aprender coreano -ela precisa conseguir falar o básico do idioma até o meio do ano. Gabriela garante que tem trabalhado duro para isso e já consegue falar e entender algumas palavras e frases. "Parte da empresa só fala coreano, porém há aqueles que falam inglês também. Nas primeiras semanas só falamos inglês, mas hoje em dia eu tento me comunicar em coreano sempre que possível."
Vivendo do outro lado do mundo, Gabriela afirma que sente muita falta da família, que vive em Florianópolis. Esta é a primeira vez que ela deixa a casa dos pais para morar longe e assume as responsabilidades de cozinhar e limpar. Ela divide a residência com dois funcionários da DR Music e a sua concorrente no concurso.
"Minha família sempre me apoiou muito para seguir meu sonho. Então, apesar de eles sentirem muito a minha falta, também estão me encorajando a continuar nesta batalha. Sou muito grata por tudo que fazem por mim", diz a cantora, que passou o Natal e Ano Novo longe da família.
A rotina de treinos não deixa tempo nem para Gabriela visitar os pontos turísticos locais. "Eu posso dizer que o que tenho mais desfrutado na Coreia até agora é a comida. Os pratos são muito saborosos, apesar de serem muito picantes."
O pouco tempo que sobra nos finais de semana ela utiliza para matar a saudade da família por meio de videochamada. Mas, caso seja escolhida para fazer parte do BlackSwan, a brasileira sabe que terá que se mudar de vez para a Coreia do Sul. "Acredito que estou preparada para essa mudança e, se possível, minha família certamente virá me visitar sempre que puder."
Gabriela conta que começou a se interessar por música aos nove anos quando iniciou as aulas de teatro musical e teve que cantar, dançar e atuar. "Depois de alguns anos da minha vida, notei que o que realmente me faz feliz é cantar."
O interesse pelo K-pop começou em 2016 quando foi apresentada por amigos ao gênero musical originado na Coreia do Sul -antes disso, seu foco estava na ópera e no pop. Segundo ela, foi incrível ver como os astros de K-pop cantam e dançam ao mesmo tempo, e sempre intensamente. "Então, eu decidi como artista que quero fazer o mesmo."
Desde então, Gabriela passou a seguir os grupos de K-pop administrados pela DR Music, entre eles, o Blackswan, criado em 2020. "Quando Blackswan estreou, comecei a gostar do grupo e adorei o lema deles: 'seja único'", diz a cantora. Mas ela admite que o seu grupo favorito de K-pop é o Twice, que não pertence a DR Music. "Eu tenho muito respeito por eles, pois é um grupo sênior de K-pop. Tenho como inspiração", diz a cantora que no Brasil chegou a participar de audições de programas de TV, filmes e fazer cover de k-pop.
Caso vença a disputa para ser a quinta integrante do Blackswan, Gabriela não será a única cantora brasileira de k-pop e nem integrante do grupo -formado por duas cantoras coreanas, uma senegalesa e uma brasileira, chamada Leia, com ascendência japonesa. A gaúcha Francinne é outra cantora brasileira sem ascendência asiática, assim com Gabriela, a virar estrela de K-pop na Coreia. "Gostem ou não, elas abriram portas para que mais brasileiros participassem da indústria do K-pop."