Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Nesta sexta

Professor da UEL lança livro que mapeia "cidades fantasmas" do Brasil

Redação Bonde com Agência UEL
13 dez 2016 às 19:25
- COM/UEL
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

O professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo do CTU, Nestor Razente, lança nesta sexta-feira (16) o livro "Povoações abandonadas no Brasil" que faz um levantamento inédito sobre cidades brasileiras que morreram, ou seja, perderam suas populações, deixando um rastro de ruínas, além do registro histórico. O livro sai pela Editora da UEL (EDUEL) e será lançado durante noite de autógrafos marcada para esta sexta, a partir das 19h30, no Museu Histórico de Londrina.

O autor explica que oito cidades brasileiras deixaram de existir entre os séculos 19 e 20 - Ararapira (PR), Biribiri (MG), Airão Velho (AM), Desemboque (MG), Bom Jesus do Pontal (TO), Cococi (CE), Fordlândia (PA) e Ouro Fino (GO). Destes municípios o professor conseguiu visitar pelo menos três, onde fez um levantamento sobre as ruínas, condições topográficas, além de registros fotográficos. Os demais o professor conseguiu reunir materiais inéditos, que estão organizados no livro em 372 páginas, com 97 imagens.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Nestor Razente explica que uma cidade passa a ser considerada fantasma quando não há registro de moradores ou no máximo uma família. O interesse pelo tema se dá pelo fato dos urbanistas mostrarem grande preocupação com planejamento urbano e problemas de grandes metrópoles, em detrimentos de pequenos municípios. Para fazer o levantamento, o professor considerou registros históricos. Ao todo foram três anos de pesquisa, um ano para a redação final e 22 meses para ter em mãos a edição finalizada. Toda a pesquisa foi bancada com recursos próprios.

Leia mais:

Imagem de destaque
Perigo de vida

Conheça o livro gay que fez autora fugir da Rússia após bombar no TikTok

Imagem de destaque
Anote já!

Veja cinco livros para conhecer Adélia Prado, poeta vencedora do Camões

Imagem de destaque
Mais importante

Adélia Prado vence o prêmio Camões, o mais importante da língua portuguesa

Imagem de destaque
Narrativas interativas

Por que livros-jogos voltam a ser mania envolvendo leitor em enigmas e aventuras


"Existe uma lacuna na história do planejamento e do urbanismo. Os campos de conhecimento focam sempre crescimento urbano, deixando de lado as evidências históricas", destaca o professor. Segundo ele, enquanto no Brasil existem oito municípios fantasmas catalogados, nos Estados Unidos a documentação científica aponta para a existência de aproximadamente 900 cidades e vilas que desapareceram.

Publicidade


Os americanos defendem uma linha acadêmica denominada Urban Declain, que foca o estudo aprofundado de vilas, cidades e povoados do país. Entre as causas deste chamado declínio que assola cidades está a mudança de atividade econômica. Detroit, no estado de Michigan, chegou a ter 2,4 milhões de habitantes há cerca de 20 anos, e hoje tem pouco mais de 700 mil, segundo o Censo de 2010. De acordo com o professor, a cidade está desurbanizada, enfrentando problemas na área de segurança e demais serviços públicos.


Paraná


O exemplo paranaense de cidade fantasma é o município de Ararapira, no litoral. Segundo levantamento feito pelo professor, o município atualmente é uma reserva protegida por legislação. A decadência ocorreu no século 19 quando foi feito um canal para interligar a cidade ao Porto de Paranaguá. Esta ligação mudou as correntes marítimas e acabou provocando uma grande devastação da área do município. Hoje o canal está assoreado e a área urbana foi invadida pelo mar. Ararapira tem somente uma Igreja, um cemitério e algumas poucas moradias de veraneio. Não há nenhum habitante fixo. O acesso se dá por via terrestre precária ou por barco, contando com maré alta.

"Há uma lenda que narra que a última moradora, que morreu afogada em Ararapira, aparece eventualmente no cemitério municipal", lembra o professor. O exemplo paranaense é semelhante ao de outros municípios fantasmas do país, que por uma ou outra razão deixaram de existir. Outro exemplo é Airão Velho. A cidade não resistiu à mudança econômica depois do auge do ciclo da borracha. "Esse é o grande espanto. Em pleno século 21, à medida que o mundo se urbaniza assistimos cidades morrendo, uma grande contradição", sustenta o professor.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade