O percentual de brasileiros que usam internet é cada vez maior, embora ainda existam disparidades de acesso entre os diferentes grupos da população, indicam dados divulgados nesta sexta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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Em 2023, 88% das pessoas com dez anos ou mais de idade utilizaram a rede no país. A proporção é a mais elevada de uma série histórica com dados desde 2016.
Em termos absolutos, o dado de 2023 indica que 164,5 milhões se conectaram à internet no período de referência dos três meses anteriores à realização das entrevistas pelo IBGE. O total de pessoas com dez anos ou mais no país foi estimado em 186,9 milhões no ano passado.
Os números integram um módulo da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) sobre TIC (tecnologia da informação e comunicação).
Em 2022, o percentual de pessoas com dez anos ou mais que haviam usado a internet era de 87,2%. No começo da série, em 2016, essa proporção estava em 66,1%.
CENTRO-OESTE LIDERA
Conforme o IBGE, a região Centro-Oeste se manteve com a maior proporção de pessoas que utilizaram a internet em 2023 (91,4%), seguida por Sudeste (89,9%) e Sul (89,2%). O trio ficou acima do patamar do país (88%).
O Nordeste (84,2%) e o Norte (85,3%) permaneceram com os menores percentuais, abaixo do dado nacional.
Em áreas urbanas, a proporção de uso entre as pessoas com dez anos ou mais foi de 89,6% em 2023, nível acima do verificado na zona rural, de 76,6%. A diferença entre os grupos era mais intensa no início da série.
USO É MENOR NO GRUPO SEM INSTRUÇÃO
No recorte de nível de escolaridade, os dados indicam que as pessoas sem instrução apresentaram uma proporção de uso bastante inferior aos resultados das demais em 2023: 44%.
Esse percentual, contudo, cresceu ao longo da série. Em 2016, somente 7% das pessoas sem instrução utilizavam a internet.
No ano passado, as maiores proporções de uso foram estimadas para as pessoas com ensino superior incompleto (98,3%) e com superior completo (97,6%).
Outra diferença aparece na comparação entre os estudantes com dez anos ou mais. Em 2023, 97,6% dos alunos da rede privada de ensino utilizaram a internet, percentual superior à marca de 89,1% na rede pública.
CELULAR É PRINCIPAL MEIO DE CONEXÃO
Ainda de acordo com a pesquisa, o telefone celular foi mais uma vez o equipamento mais usado para conexão, alcançando 98,8% das pessoas de dez anos ou mais com acesso à rede. Televisão (49,8%), microcomputador (34,2%) e tablet (7,6%) apareceram depois.
O crescimento do acesso à internet por meio do aparelho de TV chama atenção ao longo da série. Em 2016, um percentual bem inferior, de 11,3%, usava o equipamento como meio de conexão.
Ao longo desse período, o país acompanhou o avanço das plataformas de streaming de vídeo, que podem ser acessadas por meio de televisores.
Na Pnad, o IBGE investiga a frequência de uso da internet desde 2022. À época, 93,4% dos usuários se conectavam diariamente, patamar que subiu a 94,3% em 2023.
A principal finalidade de acesso à internet no Brasil é conversar por chamadas de voz ou vídeo (94,6%).
Outras respostas de destaque foram: enviar ou receber mensagens de texto ou voz ou imagens por aplicativos diferentes de email (91,1%), assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (87,6%), usar redes sociais (83,5%) e ouvir músicas, rádio ou podcast (82,4%).
Ler jornais, notícias, livros ou revistas (69%) e acessar canais de bancos ou outras instituições financeiras (66,7%) vieram depois.
MAIS DE 90% DOS LARES ESTÃO CONECTADOS
O IBGE também afirma que a internet era usada em 92,5% dos domicílios brasileiros em 2023. O resultado significa um avanço de um ponto percentual ante 2022 (91,5%).
"Apesar do aumento consistente desde o início da série histórica, essa taxa de crescimento tem sido cada vez menor, o que conversa com a aproximação desse número à universalização da internet nos domicílios brasileiros", diz o instituto.
Nas áreas urbanas, o percentual de lares com acesso à rede passou de 93,5% em 2022 para 94,1% em 2023. Nas localidades rurais, a proporção de endereços subiu de 78,1% para 81%.
A renda média mensal per capita (por pessoa) nos domicílios com internet foi calculada em R$ 1.914 em 2023. É quase o dobro do patamar registrado nos lares sem conexão (R$ 1.030).