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Entidades cobram do Google fim de apps pré-instalados no Android

20 jan 2020 às 09:27

Um grupo de mais de 50 organizações enviou uma carta ao diretor executivo do conglomerado Alphabet, Sundar Pichai, cobrando o fim da pré-instalação de aplicativos em smartphones com o sistema operacional Android. O objetivo é evitar vulnerabilidades que afetem a privacidade e proporcionar aos usuários maior poder de escolha.

Alphabet é o nome do conglomerado criado em 2015 com a ampliação do Google. Além do mecanismo de busca, o grupo reúne o Android, maior sistema operacional do planeta, o Youtube, maior plataforma de vídeo do mundo, linhas de aparelhos (como laptops e smartphones) e subsidiárias desenvolvendo soluções diversas (de carros autônomos a produtos na área de saúde).


O comunicado aponta que fabricantes de dispositivos com o sistema operacional Android estão instalando apps que não podem ser deletados. Embora os aparelhos carreguem um selo de proteção (Google Play Protect), 91% dos programas pré-instalados não são sequer disponibilizados na loja de aplicativos da empresa, a Google Play Store.


"Esses apps pré-instalados podem ter permissões privilegiadas que os deixam operar fora do modelo de segurança do Android. Isso significa que as permissões podem ser definidas pelo app, incluindo o acesso ao microfone, câmera e localização, sem as configurações padrão do Android. Usuários estão totalmente no escuro sobre essas intrusões”, destaca a carta.


As organizações signatárias se preocupam que com isso os compradores desses aparelhos possam ser vítimas de formas de exploração indevida de dados por fabricantes de smartphones baratos, que reduzem o preço e utilizam essas estratégias para ganhar sobre as informações pessoais coletadas.


No texto, as entidades defendem uma série de medidas, como a liberdade do usuário desinstalar o app que quiser, sem que qualquer tipo de vestígio ou serviço de fundo continue rodando, a submissão dos apps pré-instalados às mesmas exigências de segurança da loja de aplicativos da Google e a inclusão de mecanismos de atualização sem utilização de informações dos usuários.


"Acreditamos que essas mudanças justas e razoáveis vão fazer uma diferença enorme para milhões de pessoas em todo o mundo, que não deveriam ter de trocar sua privacidade e segurança pelo acesso a um smartphone”, conclui a carta.


O grupo é formado por organizações de diversos países como Privacidade Internacional, Anistia Internacional, APC (Associação para o Progresso das Comunicações), EFF (Fundação da Fronteira Eletrônica) e por responsáveis por aplicações, como o mecanismo de busca Duck Duck Go e o navegador Tor. Do Brasil, participa a ONG Coding Rights.

Outro lado
Em nota à Agência Brasil, o Google afirmou que define padrões de segurança juntamente aos parceiros. "O Google trabalha com fabricantes parceiros para ajudá-los a melhorar a qualidade e a segurança de todos os aplicativos que eles decidem pré-instalar nos seus dispositivos. Nós oferecemos ferramentas e infraestrutura para ajudá-los a verificar seus softwares em busca de comportamentos que violem nossos padrões de privacidade e segurança. Além disso, o Google também fornece aos parceiros políticas claras sobre a segurança de aplicativos pré-instalados, bem como informações sobre potenciais ameaças que identificamos", diz o comunicado.


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