O Doodle do Google comemora nesta quinta-deira (11) o 100º aniversário do físico e professor curitibano César Lattes, que descobriu uma partícula subatômica chamada píon ou méson pi e avançou a compreensão das forças nucleares.
Neste dia, em1924, Lattes nasceu em Curitiba.
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Lattes estudou na Universidade de São Paulo e se formou em 1943 como o único graduado em física da turma. Aos vinte e poucos anos, começou a estudar raios cósmicos, ou partículas de alta energia vindas do espaço. Suspeitou corretamente que a adição de boro às chapas fotográficas proporcionaria uma imagem mais clara da decomposição das partículas. Funcionou tão bem que pôde ver cada próton.
Para alcançar mais raios cósmicos, um pesquisador levou duas placas fotográficas ao topo de uma montanha. A placa que Lattes modificou mostrou rastros de uma partícula que nunca havia sido observada antes – o píon. Os píons, ou mésons pi, são menores que um átomo e são formados quando a matéria espacial colide com a atmosfera da Terra. Ele não apenas descobriu a existência, mas também observou que alguns mésons são mais pesados que outros. Este trabalho rendeu à equipe de pesquisa o Prêmio Nobel de Física.
Pouco depois, Lattes tornou-se professor de física na Universidade de São Paulo e posteriormente na Universidade Estadual de Campinas. Fez campanha por mais financiamento governamental para a ciência, o que levou à formação do CBPF, instituto de pesquisa em física do qual Lattes era diretor científico. Ele orientou muitos estudantes que trabalhavam em teses de pós-graduação em emulsão nuclear (detecção de partículas) e geocronologia (datação de rochas) no Brasil, nos Estados Unidos e na Itália.
Lattes recebeu muitos prêmios pelos avanços em forças nucleares e física de partículas, incluindo o Prêmio Einstein da Academia Brasileira de Ciências e uma Ordem de Mérito do Brasil e da Itália. Dezenas de escolas, estradas e praças foram nomeadas em homenagem a ele.