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Talentos da cidade

Bloco Pé-Vermelho de percussão é aposta cultural de universitários

Ludmila Pelissari Hernandes - Redação Bonde
24 fev 2017 às 08:40
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Londrina, além de jovem, é uma cidade genuinamente universitária. Como não podia ser diferente, ela vem ganhando cada vez mais com a diversidade que os estudantes daqui e os de fora trazem para o lugar.

E apesar de já quase ser Carnaval, os universitários da cidade tomaram uma iniciativa que não pretende ser temporária como esse feriado, e que só tem a enriquecer o cenário cultural da cidade.

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Formado pelas baterias universitárias que garantem a animação das maiores festas que acontecem por aqui, o bloco Pé-Vermelho chegou para marcar presença ao tocar os ritmos característicos do Carnaval.

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O Portal Bonde foi conferir de perto o trabalho dessa galera em um ensaio que foi realizado no começo de fevereiro em um tradicional ponto de lazer na cidade - o aterro do Lago Igapó – e conheceu toda a história dessa marca que ainda vai dar muito que falar.

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Esse ensaio contou com a participação dos seguintes músicos:
Isabela Secco, Piorteria, Jornalismo UEL, chocalho
Elli Rafael, Tatukada, Direito UEL, caixa
Luiz Eduardo Moreira (Tuffão), Lolloteria, Ciência da Computação UEL, tamborim
Heloísa Málaque, Demônios da Lagoa, Arquitetura UEL, caixa
Roberto Tecchio (Betão), Tatukada, Direito UEL, surdo
Marco Andrade, Gorilada, Engenharia UTFPR, surdo
Igor Ruiz, Lolloteria, Química UEL, agogô
Luis Fernando Casarim Jr. (Juninho), Gorilada, Engenharia UTFPR, caixa
Cinara Brenda Zerbini, Lolloteria, Ciência da Computação UEL, caixa
Rafael Thomaz de Araújo, Lolloteria, Ciência da Computação UEL, repinique
Rafael Seidi Oyamada, Lolloteria, Ciência da Computação UEL, tamborim
Matheus Pereira de Novaes, Lolloteria, Ciência da Computação, UEL, tamborim


Esta batucada é fruto de uma séria parceria entre as várias baterias que já existiam na cidade. A união entre esses ritmistas culminou na fundação da Liga das Baterias Universitárias de Londrina, que nasceu em junho de 2016. Hoje, a Liga conta com a participação de 12 baterias de diferentes cursos universitários.

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Quem tem propriedade para tratar do assunto é Roberto Tecchio, mais conhecido por Betão entre o pessoal. Betão, que estuda Direito na Universidade Estadual de Londrina (UEL), toca surdo de marcação e é integrante da "Tatukada"’ , bateria do curso que existe há nove anos. Ele explica mais sobre a criação da liga.


Ludmila Hernandes/Grupo Folha
Ludmila Hernandes/Grupo Folha - Símbolo da Liga das Baterias de Londrina e Roberto Tecchio, o Betão, ao fundo
Símbolo da Liga das Baterias de Londrina e Roberto Tecchio, o Betão, ao fundo


"Hoje em dia existem baterias surgindo em algumas outras universidades. Isto cresceu de repente e a maioria dos integrantes não se conhecia. Então a Liga veio para fortalecer esse cenário e tem como intuito unir as baterias."

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O estudante ainda revela o processo de surgimento do bloco Pé-Vermelho, que deu início às atividades alguns meses depois que a Liga foi fundada ao reunir os músicos, sem muita pretensão, para tirar um som.


Ludmila Hernandes/Grupo Folha
Ludmila Hernandes/Grupo Folha - A estudante Isabella Secco tocando chocalho
A estudante Isabella Secco tocando chocalho


"Foi marcado um ensaio no aterro (do Lago Igapó), que reuniu muitas pessoas, de todas as baterias da Liga, e foi muito legal. Como já eram ritmistas bons, com certo domínio de seu instrumento, todos pegaram o ritmo com facilidade. Assim, começamos a especular o que o bloco poderia virar."

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Betão ainda destacou a existência de grandes torneios de disputas entre baterias universitárias em outros lugares fora de Londrina, como a '"Balatucada", "Interbatuc" e "Curitibatuque". Porém, essas competições exigem que a bateria represente uma única universidade. Como o bloco Pé-Vermelho conta com participantes de várias instituições, não seria possível fazer parte da disputa.


Ludmila Hernandes/Grupo Folha
Ludmila Hernandes/Grupo Folha - Roda de ensaio do bloco Pé-Vermelho
Roda de ensaio do bloco Pé-Vermelho


Mas desistir não é uma ideia para os integrantes do bloco. Assim, acabaram encontrando outro rumo para o grupo: o de se tornar uma bateria show, tendo a chance de animar torcidas e de se apresentar em eventos que também contemplem as baterias individuais.
Em outubro de 2016, Londrina foi palco dos "Jogos Inter Atléticas" (JIA), um evento que reuniu a disputa de várias modalidades esportivas entre as atléticas universitárias. E as baterias não ficaram de fora, conforme lembrado por Tecchio.

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"Ano passado conseguimos organizar um desafio de baterias no JIA, com jurados de São Paulo para julgar os músicos. Foi o primeiro desafio em que oito baterias participaram. O bloco se apresentou no final, rolando integração com todas os grupos que tinham tocado antes, e foi sensacional."


O estudante de Direito ainda ressalta que participar de uma bateria universitária traz, sim, muita diversão, mas sem nunca deixar a seriedade e a dedicação de lado. "Quando a gente tá tocando no desafio, rola tensão. Mas quando estamos ensaiando em grupo, a gente toca leve, dá risada, ninguém se critica. Então a interação que acontece aqui também é muito legal."

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Quem também costuma dar o sangue pelo bloco é o estudante de Ciência da Computação da UEL, Luiz Eduardo Moreira, o Tuffão. O rapaz, que toca tamborim, dá todos os detalhes para quem ficou com vontade de fazer parte do grupo.


Ludmila Hernandes/Grupo Folha
Ludmila Hernandes/Grupo Folha - No detalhe, Luiz Eduardo Moreira, o Tuffão
No detalhe, Luiz Eduardo Moreira, o Tuffão


"Para participar, tem que ser integrante de alguma das baterias que estão associadas à liga. Então, quem for universitário, é só entrar em contato com a bateria do curso da sua universidade. Lá você vai aprender a tocar o instrumento com o qual mais se identifica e daí sim será indicado para o bloco."


Segundo os rapazes, a composição ideal básica de uma bateria varia entre 16 e 20 pessoas - o mestre, três surdos, três repiques, quatro caixas, quatro tamborins, dois chocalhos, um ou dois agogôs - e obedece uma espécie de proporção. Se houver cinco surdos tocando, deve haver um repique para cada surdo, e assim por diante.


Tuffão encerrou frisando que a intenção do bloco, em um primeiro momento, não é ensinar, mas sim criar oficinas com ritmistas que tenham habilidades ao menos intermediárias, para que todos aprendam com a experiência do próximo.

Ludmila Hernandes/Grupo Folha
Ludmila Hernandes/Grupo Folha - O bloco Pé-Vermelho ao final do ensaio no aterro do Lago Igapó
O bloco Pé-Vermelho ao final do ensaio no aterro do Lago Igapó


O bloco ainda fez um convite que não vai deixar ninguém querer ficar de fora. No dia 22 de abril, a Liga das Baterias vai organizar uma festa que contará com desafio de várias baterias, para todos os grupos terem a chance de se preparar para as disputas que vêm por aí. A ideia também é garimpar os melhores para participarem do grupo. O local do evento, assim como as atrações e horários, ainda serão divulgados.


Apesar do movimento das baterias universitárias ainda estar em crescimento em Londrina, o bloco Pé-Vermelho quer se tornar referência no meio. A chance de isso acontecer existe e é grande se depender da garra do grupo.


Veja um trecho do ensaio!


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