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Mudança

Filme chamado de pedófilo por Mario Frias tem nova classificação: 18 anos

Folhapress
16 mar 2022 às 10:31
- Divulgação
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O Ministério da Justiça alterou a classificação indicativa do filme "Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola" para 18 anos. A mudança está no Diário Oficial da União desta quarta, e é assinada pelo secretário José Vicente Santini. A publicação também recomenda que o filme seja exibido após às 23h, quando passar na TV aberta.


LEIA MAIS: Danilo Gentili rebate Mario Frias e diz que censura não acaba, só muda de agenda

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O filme está no centro de uma polêmica após ser acusado de pedófilo pelo secretário especial da Cultura, Mario Frias, e outros expoentes bolsonaristas. A classificação indicativa da obra, lançada originalmente em 2017 e que chegou ao streaming há poucas semanas, era de 14 anos. A nova sugestão de faixa etária deve ser cumprida em até cinco dias corridos.

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A decisão do Diário Oficial menciona "ato de pedofilia" e "situação sexual complexa" para justificar a alteração. Na comédia, há uma cena na qual o personagem interpretado por Fábio Porchat pede a dois garotos que o masturbem. Os meninos reagem com surpresa, negando o pedido.

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"O que é isso, preconceito nessa idade? Isso é supernormal, vocês têm que abrir a cabeça de vocês", diz o personagem interpretado por Porchat, que em seguida abre a braguilha da calça e puxa a mão de um dos meninos em direção a ela.


Na terça (15), o Ministério da Justiça tentou censurar a obra, com uma publicação no Diário Oficial que determinava que os serviços de streaming suspendessem a exibição do filme. A medida era inconstitucional, de acordo com advogados, e as plataformas da Globo –Globoplay e Telecine– afirmaram que não tirariam o filme de seus catálogos.

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Após a polêmica, o filme ficou em 4º lugar nos mais vistos na Netflix.


A primeira classificação indicativa do longa foi sancionada pelo Ministério da Justiça durante o governo Temer, em 2017, mas de acordo com algumas interpretações se enquadraria nas determinações da pasta publicadas no governo Bolsonaro.

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Segundo os manuais usados pela indústria audiovisual, disponíveis no site do ministério, conteúdos em que há a indução ou atração de alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual não são recomendados para menores de 14 anos. Cenas com atos de pedofilia não são recomendadas para menores de 16 anos.


A cruzada bolsonarista contra o filme foi iniciada pelo deputado André Fernandes, que postou em seu Twitter a cena com Fábio Porchat, e amplificada pelo secretário Frias. O ministro da Justiça, Anderson Torres, reagiu imediatamente com a tentativa de censura.


A alternativa de mudar a classificação indicativa do filme foi levantada por vários advogados consultados pela Folha, que apontaram a inconstitucionalidade da ordem de remoção, afirmando que isto era cerceamento à liberdade de expressão e criação artística, e que a cena em questão não é um crime, e sim um trecho numa obra de ficção.

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