Dois casais, um apartamento, uma fita cassete com canções românticas. Esses são os elementos de "Todas as Canções de Amor", filme de Joana Mariani com Bruno Gagliasso e que marca a estreia de Marina Ruy Barbosa na indústria cinematográfica."É uma personagem que está começando um relacionamento, cheia de dúvidas e incertezas. Ela busca seu lugar profissionalmente, como escritora, e como mulher, no casamento", afirma Marina, que interpreta Ana no longa que chega aos cinemas nesta quinta (8).
Na trama, Ana vai morar em seu novo apartamento com o marido, Chico (Bruno Gagliasso). Lá, encontra um antigo toca-discos e uma fita cassete, com uma seleção de músicas românticas escolhida pelo antigo casal do lugar: Clarice (Luiza Mariani) e Daniel (Julio Andrade). "É um filme musical sim, mas o foco é o amor. Além dos sentimentos dos casais, há também o amor pela música", conta Gagliasso, que fará dobradinha com Marina Ruy Barbosa também na televisão em "O Sétimo Guardião" (Globo), novela de Aguinaldo Silva que estreia na próxima segunda (12).
Os casais estão em momentos diferentes. Enquanto Chico e Ana vivem o frescor do casamento novo, Daniel e Clarice passam por uma crise profunda. "Foi um desafio interpretar a Clarice. Estava em um momento muito particular da minha vida, cheia de questionamentos. Além disso, ela fuma muito, e eu tinha acabado de largar esse vício...", brinca Luiza. Quinto personagem do filme, a trilha sonora é uma seleção de clássicos brasileiros. "É uma verdadeira homenagem à MPB. Cada música me emocionava de alguma forma", conta Marina Ruy Barbosa. Com direção musical de Maria Gadú, o filme ganha o tempero de composições como "Eu Sei que Vou te Amar", de Vinicius de Moraes (1913-1980), "Acontece", do sambista Cartola (1908-1980), e "Menino Bonito", de Rita Lee.
Até a lambada "Chorando se Foi", sucesso nos anos 1990 com o grupo Kaoma, integra o repertório. "Não foi um filme simples de produção. Tivemos de fazer uma série de negociações de direitos autorais. Foi uma das partes mais trabalhosas", afirmou a produtora executiva, Diane Maia. Uma dessas canções foi a responsável pela participação especial de Gilberto Gil em "Todas as Canções de Amor". A canção "Drão" ganhou uma versão própria para o longa de seu criador. "No dia em que ele gravou, foi uma emoção só. Todo o mundo chorou", lembra a diretora Joana Mariani.
O roteiro foi pensado para que as músicas fizessem parte dos diálogos, e os atores atuavam usando fones de ouvido. "Isso foi muito importante, porque as falas eram embaladas por essas canções", afirma o ator Bruno Gagliasso. As cenas do filme foram gravadas em um apartamento na praça da República, no centro de São Paulo. O filme também teve locações em outro apartamento do mesmo prédio e em estúdio. "Quando tivemos a ideia do filme, sentimentos que ele tinha de ser filmado no centro, com esse monte de prédios", conta a diretora. Ela ainda ressaltou o visual do apartamento, que aparece bastante e fica de frente à praça. "É um prédio feito pelo [arquiteto Oscar] Niemeyer, tem uma construção interessante que tinha bem a ver com a história.