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Confira a crítica

'Han Solo' diverte, mas não se justifica

Mateus Reginato - Redação Bonde
25 mai 2018 às 17:22

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- Reprodução//IMDB
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Desde o começo, a franquia Star Wars foi idealizada por George Lucas como um "western espacial", ou seja, um filme de faroeste no espaço. E foi assim, unindo a Trilogia dos Dólares ao cinema samurai de Kurosawa, que o diretor revolucionou a ficção científica.

E é apostando nesse estilo faroeste que vem "Han Solo: Uma História Star Wars". Depois do sucesso de "Rogue One", este é o segundo spin off da saga. O longa narra a história de um jovem Han Solo, vivido por Alden Ehrenreich, antes dos eventos da "Uma Nova Esperança". Conhecemos mais sobre o passado do personagem, como ele conheceu Chewbacca, Lando Calrissian (Donald Glover) e como se tornou o Han Solo que todos amam (e odeiam).

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Desde que o filme foi anunciado, pouco animou os fãs. Não a toa, em seu segundo dia em cartaz na cidade, foi exibido para uma sala quase vazia. Os vários problemas na produção não ajudaram a desenvolver todo o potencial do longa. Ainda durante as filmagens, os diretores Phil Lord e Christopher Miller foram demitidos por "diferenças criativas" com a produtora Kathleen Kennedy. Ron Howard, de "O Código da Vinci" e "Frost/Nixon", ficou encarregado pela direção do longa.

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Os problemas levaram a péssimas expectativas sobre o filme. Mas "Han Solo: Uma História Star Wars" surpreende ao conseguir ser divertido sem a pretensão de ser tão grandioso, não sendo um desastre total. A produção adiciona uma nova faceta ao universo da saga, trazendo à tona um submundo de crimes e contrabandos, sem praticamente qualquer citação à força. Talvez seja o filme mais independente da franquia.

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Pode ser difícil conseguir associar o ator Alden Ehrenreich a Han Solo em um primeiro momento, mas depois de alguns minutos nos acostumamos. Durante as filmagens, surgiram boatos de que Ehrenreich estaria tendo problemas para fazer o personagem, mas isso não fica explícito no filme. É sempre bom ter em mente que o ator não é Harrison Ford, portante novas características são dadas ao personagem, por mais fiel que ele tente se aproximar da atuação original. Mas esse novo Han Solo funciona bem com as novas camadas que são adicionadas a ele.


Reprodução//IMDB
Reprodução//IMDB


Talvez o grande ponto positivo de "Han Solo: Uma História Star Wars" – e talvez um dos únicos motivos para o filme existir – são as novas camadas adicionadas ao personagem principal. Aqui vemos um Han Solo jovem, ainda ingênuo, mas já com o estilo que conhecemos. Arrogante e sarcástico. O filme como um todo funciona como um grande aprendizado que leva até o Han Solo conhecido na trilogia original.

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No entanto, essas novas camadas não eram algo necessário a ponto de ter um filme só para isso. É divertido aprender coisas novas sobre Han Solo e ver o filme respondendo várias perguntas e referenciando a trilogia original. De onde veio o sobrenome do personagem, como ele conheceu Chewbacca, como conseguiu a Millennium Falcon etc. Mas não era algo que fazia falta.


Aliás, o filme encontra uma forma criativa de unir Han Solo a Chewbacca, que neste filme tem mais espaço do que nos outros. O longa funciona bem como uma ponte entre a aparição de Chewie em "A Vingança dos Sith", lutando ao lado de Yoda, para sua parceria já estabelecida com Han em "Uma Nova Esperança".

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O Lando Calrissian de Donald Glover é outro ponto positivo do filme. O ator entrega uma versão completamente "badboy" do personagem, com um sotaque sobrecarregado, muita malícia e um figurino que beira a cafetinagem.


Reprodução//IMDB
Reprodução//IMDB


Qi'ra, personagem de Emilia Clarke – a eterna Daenerys, de Game of Thrones – é muito importante para o andamento do filme. Mesmo assim, a personagem poderia ter sido mais explorada, principalmente para entendermos melhor as motivações de Han, que, por fim, acabam ficando no lugar comum do herói em busca de seu amor.
O personagem de Woody Harrelson, Beckett, funciona como uma espécie de mentor para Han Solo. Podemos ver nele muitos dos aprendizados que levaram o protagonista a ser quem conhecemos depois. Ao final do filme, o personagem ainda participa de uma das maiores e mais polêmicas referências a Han Solo na trilogia original.

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As batalhas e cenas espaciais não decepcionam. Dessa vez sem sabres de luz, todo o lado "western" de Star Wars vem à tona, com direito a referências a filmes do gênero.


"Han Solo: Uma História Star Wars" é interessante e divertido, mas não consegue ir além disso. Falta profundidade, o que deixa o filme atrás de "Rogue One" e das produções da nova trilogia. Durante o último ato, existe uma tentativa de se discutir a origem dos Rebeldes e a necessidade de se lutar contra o Império, mas não consegue se desenvolver a ponto de ser tão relevante quanto deveria.

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Apesar dos já esperados problemas, o filme tinha potencial para ser muito mais. Por se tratar de um spin off, teoricamente há mais espaços para testes. Ou seja, chega a ser absurdo contratar uma dupla jovem e com novas ideias de diretores como Phil Lord e Christopher Miller para mandá-los embora durante as filmagens. Ainda mais por divergências criativas, já que este seria o momento ideal para novas ideias e visões diferentes.


Ironicamente, Rian Johnson teve a confiança necessária para conseguir inovar em "Os Últimos Jedi", muito mais importante para a franquia, enquanto que esse mesmo espaço não foi permito em "Han Solo: Uma História Star Wars". Obviamente não podemos saber realmente o que houve, mas os problemas na produção com certeza atrapalharam.

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O filme de Han Solo é, inclusive, o mais caro de toda franquia, com cerca de 250 milhões de dólares gastos, principalmente devido ao fato de quase 70% de todas as filmagens terem sido refeitas pelo diretor Ron Howard. Um gasto completamente injustificável se compararmos o filme aos três anterior da franquia, com efeitos especiais igualmente bons e superiores em qualidade cinematográfica como um todo.



"Han Solo" consegue, sim, trazer novas coisas ao universo, inclusive introduzindo um novo grupo e trazendo de volta às telas um personagem icônico e que há tempos não aparecia. Resta saber agora o que será feito com essas novidades, já que elas não são concluídas no filme e precisarão de outras produções que se passem no mesmo período para que sejam melhor desenvolvidas.


Além da já citada falta de coragem em inovar, o grande problema do filme é a sua existência em si, que não se justifica completamente. Mesmo assim, "Han Solo: Uma História Star Wars" é divertido e consegue entreter, apesar de não ir muito além disso. Lembre-se de deixar suas expectativas à porta dos cinemas antes de entrar.

"Han Solo: Uma História Star Wars" está em cartaz em todos os cinemas de Londrina, confira aqui a programação completa na cidade.


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