Por volta do ano 1100, o guerreiro saxão Alberto I, o "Urso", era conde de Ballenstedt e marquês de Brandemburgo, onde hoje fica a capital alemã Berlim. Por causa dele, o símbolo da cidade é um urso. O animal banha-se de ouro ao assumir a forma de prêmio máximo do Festival Internacional de Cinema de Berlim: o Urso de Ouro.
A 68ª edição do Festival de Berlim começou nesta quinta-feira (15) e se estende até o dia 25, com a exibição de centenas de filmes de todo o mundo, muitos ainda inéditos.
Mais uma vez, o diretor Wes Anderson ficou encarregado pelo filme de abertura do festival: "Isle of Dogs", uma animação em "stop motion" inspirada no cinema dos japoneses Akira Kurosawa e Hayao Miyazaki. Em 2014, outro filme de Anderson abriu o Berlinale, como é conhecido o festival: "O Grande Hotel Budapeste".
Este ano, o Brasil conta com seis longas – nenhum na competição internacional – e três curtas-metragens no festival. O país já levou dois Ursos de Ouro para casa, com "Central do Brasil", em 1998, do diretor Walter Salles; e em 2008, com "Tropa de Elite", de José Padilha. Este ano, Padilha exibe seu novo filme, "7 Dias em Entebbe", mas a produção não é brasileira.
O cinema brasileiro concorre ao Urso de Ouro na categoria de melhor curta metragem, com "Alma Bandida", de Marco Antônio Pereira; e "Terremoto Santo", de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca.
Alguns dos longas brasileiros selecionados ao Berlinale participam de mostras paralelas, a Fórum e a Panorama. Na primeira, "Eu Sou o Rio", dos diretores Gabraz Sanna e Anne Santos. Já na última, são exibidos cinco filmes nacionais: "Tinta Bruta", de Márcio Reolon e Felipe Metzembacher; "Aeroporto Central", de Karim Ainouz; "Ex-Pajé", de Luiz Bolognesi; "Bixa Travesty", de Kiko Goifman e Cláudia Priscilla; e "O Processo", de Maria Augusta Ramos, sobre o impeachment de Dilma Rousseff.
Além do cinema brasileiro, diretores prestigiados exibirão seus novos filmes no festival: Benoît Jacquot, Gus Van Sant, Steven Soderbergh, Lav Diaz, Hong Sang-soo, entre outros.