O que é a vida real? E a ficção? Fatos da vida real e cinema baseado nesses fatos – mas acrescidos de elementos ficcionalizados – têm uma relação complexa e de mão dupla: o cinema se baseia na realidade para criar suas narrativas, muitas vezes dramatizando histórias reais ou explorando questões sociais; e, por sua vez, pode causar um impacto profundo na vida real, influenciando valores, ideias e experiências humanas, tanto por meio da ficção quanto pela representação da própria realidade.
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Estas considerações vem a propósito do lançamento, na última quinta feira (18) no 58º Festival de Cinema de Brasília, do longa-metragem “Assalto à Brasileira”, de José Eduardo Belmonte. O filme, que tem apoio da FOLHA, traz o ator Murilo Benício no papel do repórter Paulo Ubiratan, e Christian Malheiros como Moreno, o chefe do bando que realizou um assalto que entrou para a história.
O filme, baseado no livro-reportagem do escritor londrinense Domingos Pellegrini (lançado em 1988 e no momento em relançamento pela editora Faria e Silva), teve filmagens em locações em Londrina no final do ano passado. Portanto, está incluído no rol dos “baseados em fatos reais” ou, como o espectador brasileiro foi educado desde sempre pela colonização hollywoodiana, “based on a true story”. Assista ao trailer abaixo:
Estreia em Londrina
O cinéfilo londrinense vai ter que esperar alguns meses - a estreia aqui está prevista para final de outubro, durante a Mostra Kinoarte de Cinema - para saber até que ponto os eventos concretos da história daquele assalto ao Banestado no centro da cidade, em dezembro de 1987, foram mantidos, e até que ponto houve possíveis mudanças narrativas.
Neste processo de adaptação, os filmes podem tomar liberdades criativas, como dramatizar ou modificar eventos para fins narrativos, o que significa que a representação na tela pode não ser uma reprodução exata da realidade. Ou os criadores da transposição podem interpretar eventos subjetivamente, e diferentes perspectivas podem influenciar a forma como a história é apresentada. É possível até suprimir personagens, ou mesmo realçar o papel de outros. Claro, desde que as novidades não alterem o sentido das coisas, não transfigurem o clima original da ocorrência. Que sejam fieis ao espírito do tempo.
Leia a reportagem completa na Folha de Londrina: