Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Racismo

'No Brasil, a cor do meu filho faz com que mudem de calçada', diz Taís Araújo

Agência Estado
17 nov 2017 às 10:25
- Reprodução/YouTube
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

A atriz Taís Araújo falou sobre problemas sociais tendo como base sua experiência como mãe de duas crianças em palestra feita no evento TEDxSãoPaulo, realizado no dia 6 de novembro, que teve como tema "Mulheres que Inspiram".

No discurso, Taís ressalta as preocupações de ser mãe de uma menina e um menino, levando em conta as dificuldades que serão enfrentadas por cada um no futuro, e também as que são enfrentadas pelas pessoas negras na sociedade.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


"Quando engravidei do meu filho, eu fiquei muito, mas muito aliviada de saber que no meu ventre tinha um homem. Porque eu tinha a certeza de que ele estaria livre de passar por situações vivenciadas por nós, mulheres. Teoricamente, ele está livre, certo? Errado. Errado porque meu filho é um menino negro e liberdade é um direito que ele não vai poder usufruir se ele andar pelas ruas descalço, sem camisa, sujo, saindo da aula de futebol. Ele corre o risco de ser apontado como um infrator - mesmo com seis anos de idade", disse.

Leia mais:

Imagem de destaque
Candidatos

Ex-marido de Ana Hickmann, Zilu, Babu Santana: veja famosos que vão concorrer às eleições

Imagem de destaque
Jeremy Dufrene

Conheça Jeremy Dufrene, novo namorado de Lana Del Rey

Imagem de destaque
Veja vídeo:

Carlinhos Maia chora ao revelar doença do pai

Imagem de destaque
Entenda

Internado, ex-BBB Rodrigão, de Maringá, fará cirurgia para retirar lesão


"Quando ele se tornar adolescente, ele não vai ter a liberdade de ir para sua escola pegar um ônibus com sua mochila, seu boné, seu capuz, seu andar adolescente, sem correr o risco de levar uma investida violenta da polícia ao ser confundido com um bandido". "No Brasil, a cor do meu filho é a cor que faz com que as pessoas mudem de calçada, escondam suas bolsas e que blindem seus carros."


Em seguida, a atriz comparou a questão envolvendo também a temática de gênero: "A vida dele só não será mais difícil do que a minha filha. [...] Quando eu penso o risco que ela corre simplesmente por ter nascido mulher e negra eu fico completamente apavorada, e meu pavor tem razão. Observando o mapa da violência no Brasil, os números são muito alarmantes." "Temos algumas vitórias, muito poucas, mas queria ressaltar uma: o número de feminicídios contra mulheres brancas caiu 9,8%. É muito pouco para o que a gente deseja para nossas irmãs brancas, mas caiu. Já o número de feminicídios contra mulheres negras aumentou 54,8%. É ou não pra ficar apavorada?"

No fim, Taís ainda fez um comentário 'inspirado' no clássico discurso de Martin Luther King: "Eu tenho um sonho de ver ricos trabalhando para acabar com a pobreza, homens se colocando no lugar de mulheres, ver mulheres brancas vendo que existe um abismo entre mulheres brancas e negras, de ver crianças heterossexuais aceitando crianças homossexuais e trans, de ver mulheres heterossexuais aceitando mulheres lésbicas e que todos nós fiquemos muito atentos para garantir os direitos dos índios".


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade