O ator e dublador Mateus Carrieri, 54, ex-participante da 12ª temporada do reality A Fazenda (Record), falou pela primeira vez sobre a transição de gênero de seu filho, Domenico, de 13 anos. O menino, que se chamava Anna Francesca, se reconhece como um homem trans.
"Estou me adaptando a essa realidade, da aceitação dele em relação ao gênero", começou. "É a primeira vez que estou falando sobre isso (...). Mas acho que está na hora mesmo e acho que ele sente isso", disse Carrieri ao podcast "Paternidade.doc", do jornalista Fernando Guifer. O ator é pai também de Anna Chiara, 15, e Kaike, 36.
"Uma coisa é você achar natural na casa do vizinho e o grande teste é quando isso entra na sua casa, né? Como você vai reagir. Porque muita gente fala: 'Eu acho tudo lindo, tudo natural, está tudo certo, desde que seja na casa do vizinho'. E aí para mim, foi o grande teste para perceber que eu sempre tive essa cabeça, graças a Deus, sem preconceito, achando que estava tudo certo", completa.
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Carrieri contou ainda que notou os sinais aos poucos. "Desde que comecei a perceber, porque elas não falam, né? Elas não veem e contam tudo logo de cara. Nem elas sabem. Mas você começa a perceber alguns sinais, que podem ser algum sinal ou não. E quando comecei a perceber esses sinais, em minha cabeça já veio: 'Está tudo certo!'."
"Não tem problema nenhum. Tenho que me preocupar com as coisas que os pais se preocupam: se vão bem na escola, se são educados, se têm bom caráter", continuou o ator, "Se eles vão ter um primeiro namorado ou namorada, isso não tem a menor importância. Dei liberdade para eles serem o que são".
"Dei liberdade para eles serem quem são", acrescentou. "Estou trabalhando isso na minha cabeça para usar a nomenclatura certa que ele deseja que eu use. Ele tem que entender quando eu dar uma escorregada, para mim é muito orgânico falar 'minhas filhas'. Eu me policio", completou o ator.
"Ele vai ter que ter essa paciência de entender esse comportamento de 14 anos. Saber que ele tem todo o apoio em casa e que vou comprar a briga dele fora de casa (...). No que eu puder proteger, eu vou. E dentro de casa, que é o porto seguro, vai ser o que ele quiser (...). Meus filhos me contam tudo o que eles fazem, o que querem", finalizou Carrieri.