O ator e humorista Marcelo Adnet, 39, entrou com uma queixa-crime contra o secretário especial da Cultura do governo Bolsonaro, o ator Mário Frias, 49, por ter recebido ataques nas redes sociais por uma paródia.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a ação deu entrada no dia 3 de março na 42ª Vara Criminal. Ainda não há decisão. Procurado, Frias não respondeu as solicitações.
Em setembro de 2020, Frias disse que Adnet era um "garoto frouxo e sem futuro", uma "criatura imunda", "crápula" e "Judas", dentre outros xingamentos. O fato aconteceu depois de ele ser parodiado por Adnet.
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"Um palhaço decadente que se vende por qualquer tostão, trocando uma amizade verdadeira, um amor ou sua história por um saquinho de dinheiro e uma bajulada no seu ego infantil. Incapaz de encarar a vida e suas responsabilidades morais", escreveu o ator na ocasião.
O secretário publicou uma imagem do vídeo de Adnet, no qual o humorista imitava vários personagens do noticiário, incluindo Bolsonaro e Frias.
Segundo Maíra Fernandes, advogada de Adnet, o Ministério Público ficou de definir uma data para que haja uma audiência de conciliação que é o procedimento adequado previsto por lei em casos como esse.
Adnet e sua defesa apontam para ao menos dois crimes de difamação por parte do ministro da Cultura e outros dez crimes de injúria. Também há um pedido de quantia estipulada de indenização que não foi informada.
Vídeo polêmico
No vídeo do governo, lançado em setembro de 2020 em celebração ao Dia da Independência, Frias diz que "a verdade é que somos um povo heroico e encaramos com um brado retumbante o destino que nos encara" enquanto interage com obras do acervo do Museu do Senado, em Brasília.
Na paródia, Adnet interpretou um Frias perdido sem saber de que se tratam as obras que tocava nem do que estava falando. "E essa cadeira bonita, será que Getúlio sentou? Sei lá", dizia o personagem.
O humorista respondeu aos ataques do secretário com uma publicação no Twitter dizendo que "até o secretário Frias recomendou no Instagram dele! Vale conferir o post!".
Na publicação, ele também já previa que a paródia iria gerar reações da Secretaria de Comunicação do governo. "A Secom deve replicar em suas redes", escreveu.