Liam Payne, cantor, compositor e ex-integrante da boyband One Direction, foi encontrado morto nesta quarta-feira (16), aos 31 anos. Nascido em Wolverhampton, na Inglaterra, em 29 de agosto de 1993, alcançou reconhecimento mundial ao participar do reality show musical The X-Factor, em 2010.
A morte do cantor foi confirmada pela imprensa internacional e a autópsia feita pela Polícia Científica da Argentina indica que Payne sofreu politraumatismo e hemorragia interna e externa após cair do terceiro andar do hotel Casa Sur, em Buenos Aires, na Argentina.
As causas da queda, porém, ainda estão sendo investigadas, conforme indica a Associated Press. A autópsia ainda não revelou se o compositor estava sob o efeito de álcool e/ou drogas quando o acontecimento foi registrado.
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O médico argentino Alberto Crescenti, responsável pela equipe que socorreu Payne após a queda, afirmou que a lesão do cantor foi gravíssima, tirando qualquer chance de sobrevivência. De acordo com o profissional, o compositor caiu de uma altura de 13 a 14 metros.
"Se for queda livre e praticamente não houver nada que a atenue, é uma queda fatal. Os paramédicos levaram apenas sete minutos para chegar ao local, mas não puderam fazer nada para salvá-lo", afirmou o Crescenti, que é diretor do Same (Sistema de Atenção Médica de Emergência), instituição similar ao Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) do Brasil, em entrevista ao portal Todo Noticias.
O corpo do cantor passou por uma perícia antes de ser retirado do local da queda. Na sequência, foi levado ao necrotério da capital da Argentina, onde foi feita a autópsia.
O INÍCIO DA CARREIRA
Liam Payne começou sua jornada musical muito jovem, já com uma participação no “The X Factor” em 2008, antes de retornar em 2010 e se juntar ao One Direction, ao lado de Harry Styles, Zayn Malik, Niall Horan e Louis Tomlinson.
Juntos, os cantores se tornaram uma das maiores bandas da década, com milhões de fãs ao redor do mundo.
Após a pausa do One Direction, em 2016, Payne embarcou em uma carreira solo que se destacou no cenário pop internacional. Em 2017, lançou seu primeiro single solo, "Strip That Down", em parceria com o rapper Quavo, que atingiu grande sucesso nas paradas mundiais.
O álbum de estreia, LP1, veio em 2019 e consolidou sua presença como artista solo, com influências de pop, R&B e hip-hop.
O IMPACTO NA VIDA DOS FÃS
Mariana Letícia de Freitas, administradora de 26 anos, diz não ter se tornado fã de Payne de uma hora para a outra. "Conheci a banda em 2013, enquanto cursava o ensino médio, por meio de uma colega de turma. Gostei das músicas, pesquisei, mas não fui a fundo. Em 2016, esbarrei numa fanfic do Liam no Wattpad e fiquei curiosa. Fui atrás e lembro de tê-lo achado lindo. Não virei fã dele do nada, foi uma construção", conta.
"A One Direction sempre aparecia na minha vida e, quando vi, já estava obcecada pelos meninos. Comecei a acompanhar tudo, surtar por tudo e acompanhar os fãs. Por mais que não fosse a fã que sou hoje, estava ciente do que acontecia com a banda", acrescenta.
A administradora aponta que tinha um carinho especial por Payne e que não consegue definir o sentimento ao certo. "É algo como querer que ele se encontrasse e visse o quão talentoso é. Eu me sentia como uma amiga distante que que ver o amigo feliz mesmo longe. O Liam era tão fofo, divertido e responsável e, em partes, me identificava com ele, especialmente quando eu via o potencial dele se perdendo."
Ao saber da morte de Payne, Freitas não acreditou, mesmo que muitas pessoas a tenham abordado para falar sobre o assunto. "Foi como se uma parte de mim tivesse ido junto, como um sonho que não vai ser completo. Estou literalmente chorando por qualquer coisa relacionada ao Liam. Nunca mais vai ser a mesma coisa", declara.
"O LIAM ERA UM REFÚGIO PARA MIM"
Gabrielly Tedardi Moraes, estudante de ciências contábeis de 21 anos, mora em Londrina e conta que se tornou fã de Liam Payne, assim como dos outros integrantes da One Direction, quando tinha apenas nove anos.
A estudante lembra que, especialmente durante a pandemia, a atuação do cantor foi importante para seu bem-estar. "Me senti muito perdida nessa época e o Liam sempre fazia lives. Durante aquelas horas em que ele estava ali falando com a câmera, fazendo graça, cantando, nada daquilo que me fazia mal importava. O Liam era um refúgio para mim. Quando tudo dava errado era pra ele que corria até me sentir bem de novo", descreve.
Moraes, ao receber a notícia que seu ídolo havia morrido, entrou em estado de negação. "Fiquei confusa, não queria acreditar. Nada me preparou para essa notícia, já que era algo que não esperava ouvir tão cedo."
A fã afirma que sempre desejou o melhor ao ídolo e que sempre quis que Payne voltasse aos palcos para que tivesse a oportunidade de vê-lo pessoalmente. "Acompanhei cada passo dele até aqui e o Liam tinha muita coisa pela frente ainda, me dói muito que tudo foi interrompido dessa forma. Vou continuar amando o Liam da mesma forma que amei aos nove anos. Ele, suas música e tudo de bom que representava vão ter um lugar especial no meu coração para sempre."
"ELE TINHA UM CARINHO ENORME PELAS FÃS"
Elaine Wippel Cândido, radiologista de 25 anos, é fã de Liam Payne desde que tinha 12 anos e, mesmo após o fim da One Direction, continuou a acompanhá-lo em sua carreira solo. "Nunca deixei de amar e admirar o Liam. Ele foi e sempre vai ser aquele menino com um sorriso radiante."
Para a radiologista, cada música que Payne escreveu a ajudou, assim como a outras fãs. Segundo Cândido, "Liam tinha um carinho enorme por todas que o acompanhavam. Ele sempre foi muito atencioso com as fãs e, nos últimos meses, estava mais próximo, sempre postando sobre seu dia".
A notícia da morte do cantor atingiu a radiologista de forma intensa. Cândido conta que, ao ler as primeiras manchetes, acreditou que se trata de uma fake news, ou, pelo menos, "queria acreditar que fosse".
"Infelizmente, quando a notícia começou a se espalhar, eu percebi que era verdade e meu mundo desabou. Mesmo assim, não queria acreditar e acho que até agora não parece ser verdade que o Liam se foi. Ver tantos amigos do fandom desesperados com a notícia e, ao mesmo tempo, sem entender o que havia acontecido foi muito doloroso. Ele infelizmente se foi, mas sempre será lembrado e muito amado por todos nós, que vamos lembrar dele com muito carinho", homenageia a fã.
O IMPACTO NAS GERAÇÕES MAIS JOVENS
E engana-se quem pensa que Liam Payne e os demais integrantes da One Direction foram importantes apenas para os fãs mais velhos. Luiza Nobre Reis, que tem 17 anos e cursa o ensino médio, conheceu o cantor em 2018, após o fim da boyband.
"Eu já conhecia a banda, mas me tornei fã mesmo em 2020, quando estava passando por uma época muito difícil de minha vida. Foi algo que me ajudou de uma forma imensa e o Liam foi uma parte muito importante disso."
A história da adolescente com o ídolo envolve, ainda, um momento de superação. Conforme conta Reis, Payne foi importante no momento mais difícil de sua vida, em 2020, quando a estudante perdeu o avô, umas das pessoas mais importantes para si.
"É até louco dizer isso, mas o Liam me ajudou mais que muita gente da minha família. Suas músicas, as lives e as interações eram como felicidade instantânea. Eu, de alguma forma, me sentia perto e amada, me sentia confortável e bem. Era ele que, quando eu estava triste, me dava aquela pontinha de esperança de que tudo ficaria bem", conta.
Assim como as demais fãs, Reis ficou em choque quando soube da morte do cantor. "É horrível a sensação de negação, já que tudo aconteceu tão de repente. É pior ainda saber que eu não vou vê-lo nunca, em nenhum show, uma vez que nunca tive essa oportunidade. Sempre defendi o Liam, apesar de todas as polêmicas, e sempre quis que ele soubesse que eu estaria aqui por ele da forma que ele esteve por mim. Queria ter dito isso a ele pessoalmente, além de agradecer por tudo."
"FOI COMO VOLTAR PARA CASA NOVAMENTE"
Ana Clara Paulon Da Silva, autônoma de 18 anos, também se tornou fã de Liam Payne após o término da banda. Em 2020, a jovem conheceu a One Direction e descreve a sensação como única, já que "os meninos, de certa forma, salvaram minha vida. Foi como voltar para casa novamente, ser recebida de braços abertos e aceita por uma nova família".
Para a autônoma, Payne tinha um coração enorme, já que, para ela, era nítido o carinho e o cuidado que o ídolo tinha pelas fãs quando se preocupava e tentava ser o mais presente possível.
"Foi engraçado quando o Liam apareceu com a tatuagem nova que dizia 'quando a luz encontra a escuridão', porque era essa a sensação que eu tinha com ele. O Liam era a luz no meio da escuridão que se encontrava a minha vida", conta.
Silva diz que sempre vai se lembrar de Payne com carinho, pois o cantor fez muito por ela. "Conheci pessoas incríveis através do Liam. Ele me deu uma melhor amiga mesmo sem saber e é com ela que eu choro a sua morte hoje, pois ele me deu alguém e não tivemos a oportunidade de conhece-lô pra agradecer."
"Descobrir que ele morreu foi desesperador por que foi como perder um pedaço da minha família, algo que eu não esperava tão cedo e não estava preparada", acrescenta.
"Ao Liam, só tenho a agradecer por tudo: pelos sorrisos, pelas piadas, pelos momentos, pelas pessoas e por estar aqui quando precisei. Mas também peço desculpas: pelas dores, por não poder ajudar, por todos aqueles que deixaram chegar nesse nível, por não ter sido o suficiente pra você assim como foi para mim, por você ter ido achando que não era amado o suficiente e que as pessoas não acreditavam em você. Sei que você estava cansado e espero que, agora, você consiga encontrar sua paz em um lugar melhor, pois você merece. Sua música continuará ajudando muita gente aqui como sempre foi e você continuará fazendo história porque jamais será esquecido. Obrigada por tudo e desculpa por tudo, você sempre foi incrível!", finaliza a fã.
UM VAZIO DIFÍCIL DE PREENCHER
Liam Payne, aos 31 anos, deixa para trás um legado construído com paixão, talento e uma legião de fãs fiéis. Para além da música, tocou profundamente a vida de milhares de pessoas que se espelhavam em sua trajetória e encontravam nele uma fonte de conforto e inspiração.
Sua morte abrupta encerra um capítulo, mas a sua contribuição para a música pop e a conexão com seus fãs continuarão a ressoar por gerações.
Como jornalista, reporto este triste acontecimento com o peso da perda sentida por milhões. Como fã, encerro com a dor de quem viu um ídolo partir cedo demais.
Liam Payne não era apenas uma voz para sua geração, era um refúgio – e sua ausência será um vazio difícil de preencher.