“As pessoas optam por preenchimentos para fugir de uma cirurgia, mas perderam o limite do exagero e estão cada vez mais longe de sua realidade”, afirma o cirurgião plástico Luiz Haroldo Pereira
O Brasil é líder no ranking de cirurgias plásticas no mundo e entre blogueiras e celebridades, os procedimentos parecem cada vez mais simples. No entanto, os resultados nem sempre são satisfatórios. Nesta semana, o ator Stênio Garcia, de 91 anos, dividiu opiniões nas redes sociais ao exibir o resultado de uma harmonização facial.
Para o médico Luiz Haroldo Pereira, pioneiro da lipoaspiração no Brasil e ex-presidente da SBCP, é necessário ter cuidado na hora de selecionar os procedimentos a serem realizados. “Muitas vezes os pacientes optam por não fazer uma cirurgia, mesmo que seja uma opção melhor, e escolhem injetar preenchimentos. Porém, é muito fácil perder a mão e cada vez mais vemos pessoas, que eram consideradas até mesmo um padrão de beleza, exagerando nos procedimentos sem necessidade", explica.
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Um dos nomes mais conhecidos quando o assunto é estética é o ácido hialurônico. Depois do enxerto de gordura, é uma das substâncias mais comuns e seguras para preenchimentos. E, justamente, pela sua facilidade, é necessário ter atenção ao exagero.
O médico explica que o ácido hialurônico tem a finalidade de fazer uma correção da queda que existe na face devido ao tempo. "Mas não adianta achar que irá recuperar o aspecto de um bebê. Devemos buscar o resultado mais natural e coerente possível”, ressalta. Os usos mais frequentes são na região malar e na mandíbula, que com o tempo também perde sua marcação natural.
O cirurgião plástico também fala sobre toxina botulínica. "Ela é responsável apenas por paralisar a área desejada, impedindo o aparecimento de novos vincos e conferindo uma aparência mais firme à pele", inicia.
O problema é quando combinado à quantidades exorbitantes de preenchimento. “A toxina muda a qualidade da pele, deixa tudo bem melhor. Para o pé de galinha ou os vincos da testa, é imprescindível, mas se o rosto estiver muito preenchido, pode piorar o aspecto artificial”, comenta.
Segundo Pereira, o segredo do sucesso quando o assunto é estética é não exagerar. “Temos visto cada vez mais as pessoas se transformando em versões não humanas de si. Esse excesso começou nos Estados Unidos e é uma cultura que eu torço para que o Brasil não adote, apesar de diversas celebridades já estarem se mostrando adeptas."
Quanto mais o paciente se modifica, maiores precisarão ser as intervenções no futuro, afinal, a pele se adapta ao novo volume e a gravidade faz o seu papel. Portanto, os procedimentos estéticos devem ser vistos como uma forma de melhorar a realidade e não construir um novo rosto.
“Quando for ao seu cirurgião, peça sempre um pouco menos do que o que você poderia colocar. Caso deseje mais, poderá ser feito, mas com bom senso. Sempre digo: o que implantamos, podemos tirar, mas o que injetamos é bem mais complexo", destaca.