A atriz Allison Mack, 38, da série "Smallville", pediu desculpas às vítimas do culto NXIVM, ligado a um esquema de escravidão sexual nos EUA. Em 2019, ela já havia se declarado culpada de chantagear duas mulheres como parte do culto sexual.
"É de suma importância para mim dizer, do fundo do meu coração, eu sinto muito", escreveu a atriz em carta. O pedido veio a público poucos dias depois de que procuradores federais que ela fosse absolvida por seu envolvimento com a seita.
"Eu me joguei nos ensinamentos de Keith Raniere com tudo o que tinha. Eu acreditava, de todo o coração, que sua orientação estava me levando a uma versão melhor e mais iluminada de mim mesma. Dediquei minha lealdade, meus recursos e, em última análise, minha vida a ele. Este foi o maior erro e arrependimento da minha vida ", declarou a Allison.
O julgamento da atriz está agendado para o dia 30 de junho.
A atriz chegou a ser detida em 2018 sob acusações de tráfico sexual, conspiração para tráfico sexual e conspiração para trabalho escravo, mas foi liberada após pagar fiança de US$ 5 milhões (cerca de R$ 19,3 mi). As acusações podem render penas de 15 anos à prisão perpétua.
A seita que Mack é acusada de liderar é conhecida por NXIVM (pronuncia-se nexium) e, segundo a acusação, funcionava sob uma filosofia que prometia sucesso pleno. Seu idealizador, Raniere, também foi detido em 2020.
Além de cursos e workshops, a seita tinha um braço mais exclusivo, o DOS. A principal teoria é que a sigla queria dizer "dominus obsequious sororium", que em latim quer dizer "mestre das mulheres escravas". Era justamente nesse setor mais obscuro que Mack teria sido convidada a participar como recrutadora.
De acordo com a revista americana Variety, as mulheres selecionadas passavam por um ritual de passagem. Elas eram marcadas na região pélvica com uma caneta de cauterização. As marcas eram as iniciais KR (Keith Raniere) ou AM (Allison Mack).
Durante o procedimento, as pessoas da seita geralmente colocavam suas mãos sobre seu peito e diziam frases como: "sinta a dor" e "pense no seu mestre". Nuas, elas faziam um voto de lealdade ao seu guru. Sua submissão era reforçada com fotos nuas que eram guardadas pelo grupo.